Combate

Sendo assim só não se compreende a razão das eleições antecipadas de 2022 que resultaram do chumbo do orçamento de estado para 2023, quando o PS exigiu ao PCP e ao BE que aprovassem o “orçamento mais à esquerda de sempre”, obrigando aqueles partidos a fazer o que agora se recusa a fazer com a AD.

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  • 14:06 | Sexta-feira, 29 de Março de 2024
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“Se o nosso amor é um combate

Então que ganhe a melhor parte…”

 


Luís Montenegro apresentou ontem a Marcelo Rebelo de Sousa a lista de ministro para o XXIV Governo Constitucional Português e logo, os habituais comentadores, convergiram em apelida-lo de “um governo de combate”, tal é a perspectiva das dificuldades que se adivinham para o futuro. Dificuldades que, para já, não virão propriamente pelo estado decrépito do Estado, mas porque as últimas eleições nos legaram uma composição parlamentar pouco dada a consensos. As razões que nos levaram aqui são muitas, mas, seguramente, uma forma displicente de exercer responsabilidades políticas concorre seguramente para isso.

No Parlamento, como se viu na eleição do seu Presidente, surgirão imensas divisões e intransigências várias. Ainda bem que assim é. Mil vezes defender afincadamente aquilo em que verdadeiramente se acredita do que andar a apregoar ideologias e convicções e, depois, fazer aquilo que já foi feito, afastando eleitores ou empurrando-os para outras bandas.

O PS já prometeu que chumbará o próximo orçamento de estado do governo AD porque, em princípio, esse orçamento será incompatível com o programa eleitoral que os portugueses que neles votaram sufragaram. Postulam que dificilmente haverá forma de compatibilizar duas abordagens que, dizem, serão antagónicas. Muito bem. Clareza e defesa das convicções.

Sendo assim só não se compreende a razão das eleições antecipadas de 2022 que resultaram do chumbo do orçamento de estado para 2023, quando o PS exigiu ao PCP e ao BE que aprovassem o “orçamento mais à esquerda de sempre”, obrigando aqueles partidos a fazer o que agora se recusa a fazer com a AD.

A compatibilização entre as políticas do PS e as do PCP e do BE (espera-se) serão muito mais compatibilizáveis e, como se veio a provar posteriormente, as medidas que aqueles partidos exigiam ao PS eram da mais elementar sensatez. Costa preferiu arriscar uma maioria absoluta para em seguida a desbaratar.

Que o combate seja por convicções e que ganhe Portugal e os portugueses.

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Publicado em Opinião