Para garantir que o IVA zero, uma ninharia nas contas finais, se repercuta mesmo no bolso dos consumidores, o governo rubricou com os empresários do sector alimentar um acordo, servindo-se de prosápia qb e pompa e circunstância consistentes.
Gente de bem é assim, sem tergiversar, prontifica-se a assinar, que é a melhor garantia do cumprimento da palavra dada.
Descontada a bondosa intenção que está por detrás da decisão, estranha-se, contudo, que, dispondo o Estado da ASAE e da Autoridade da Concorrência, não tenha lançado mão dos seus serviços, fazendo valer os seus préstimos, que se julgam volumosos, competentes e prontos. Dispondo de serviços próprios, é admissível que se socorra de terceiros, a quem pagará, decerto, chorudas compensações? Ademais, não deixa de ser uma desqualificação dos funcionários públicos a quem, sem motivo conhecido, se retira tão responsável e patriótica missão.
E assim se vão desbaratando recursos financeiros, com esta prática de recorrer aos privados que, infelizmente, se vai tornando um vício de quem pode e manda.
O “outsourcing” virou moda e não há departamento governamental que não lance mão de tal artifício, mostra de modernismo e fundo de financiamento de muitos e bons gabinetes criados e providos para dar resposta a tão nobres e ingentes problemas nacionais.
Continuemos assim, que vamos longe e com passo seguro