Estima-se que haja cerca de 50.000 portugueses sem acesso aos benefícios do Estado por falta de prova de incapacidade.
Os médicos de saúde, que dizem ocupar 140.000 horas por ano à burocracia dos atestados, e a quem cabia integrar as juntas médicas para atestar a incapacidade, foram transferidos, e muito bem, para a assistência à Covid.
Os atestados tornaram-se multiusos, que, diga-se, permitindo muita generosidade em alguns benefícios, cresceram exponencialmente. E o Estado, neste cúmulo de situações, ficou sem capacidade de resposta.
A monarquia republicana, rápida a exigir e lenta a cumprir, é pródiga em votar os contribuintes ao abandono. E andamos nisto, há um ano, sem que uma cambada de políticos ociosos e uma chusma de burocratas, abra os olhos, entretidos que andam a assobiar para o lado e a tomar uns cafés no Martinho da Arcada e a tratar de ideologias e de outras minudências, com os olhos nas eleições, seja capaz de resolver o problema, nem que seja com uma solução excepcional e transitória.
Se houver vontade, deixem lá esse brinquedo do adiamento das autárquicas. Incapazes de resolverem os reais problemas dos portugueses, andam estas discussões estéreis, que só os envergonham.
Depois, não se esqueçam de lamber as feridas e dizer que chega de CHEGA! Por mim, chega!