Para a minha geração, talvez a ideia ainda seja complicada… Porém, não o foi para Diogo Cão, Gonçalves Zarco, Fernão Mendes Pinto, Gil Eanes, Fernão de Magalhães, Vasco da Gama, pedro Álvares Cabral… e outros que já esqueci.
Partir pode ser uma solução. A solução. O mundo não encolheu, mas aumentaram os meios de o encurtar e a velocidade de o cruzar.
Recordo ter sido bolseiro do governo francês, na Universidade de Poitiers, no início da década de 80. O que me custou ir e o que me custou voltar. A gente que conheci: húngaros, sudaneses, zairotas, tunisinos, egípcios, salvadorenhos, senegaleses, etíopes… O que aprendi, o que visitei, o que trouxe, o que deixei…
Uma jovem minha conhecida tem um bom trabalho numa empresa nacional de grande prestígio. É auditora (nem sei bem o que isso quer dizer e a etimologia também não ajuda…). Há dias, uma grande multinacional convidou-a a ir trabalhar para um país centro-europeu. O vencimento de três dias supera o vencimento mensal usufruído em Portugal. A distância… bom, a distância deve andar à volta dos 2.200 kms. Se eu for de Lisboa ao Porto demoro três horas. Demoro de Portugal à capital do tal país 02H45 em voo directo. Nec plus ultra, a viagem previamente net-adquirida custa à volta de 100 €. Ente as duas maiores cidades portuguesas, em portagens e combustível gasto 60 €.
Ah! Tivesse eu 30 anos…