Ciao, Rosalino…

Desta feita, Montenegro foi ao Banco de Portugal, a essa sinecura áurea onde abundam em stand by, hibernadas, as pretéritas glórias prontas a acorrer à chamada dos pátrios deveres, e repescou o dr. Rosalino do seu doirado aconchego para o proclamar Secretário Geral do seu governo.

Tópico(s) Artigo

  • 16:53 | Terça-feira, 31 de Dezembro de 2024
  • Ler em 2 minutos

O XIX Governo Constitucional teve como primeiro-Ministro Passos Coelho.

Na sua composição e entre os secretários de Estado contavam-se nomes entretanto recuperados para a ribalta política, como Carlos Moedas, sE Adjunto do primeiro-Ministro; Maria Luís Albuquerque, sE do Tesouro e das Finanças; Paulo Núncio, sE dos Assuntos Fiscais; Hélder Rosalino, sE da Administração Pública; Luís Campos Ferreira, sE dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação; João Almeida, sE da Administração Interna; José Cesário, sE das Comunidades Portuguesas; António Leitão Amaro, sE da Administração Local, etc., etc.

Foi este um governo com um número interminável de secretários de Estado, escolhidos a dedo pelo chefe e seus leais conselheiros.


Como podemos ver, iniciado aqui o tirocínio, daqui saíram nomes graúdos do actual governo de Luís Montenegro, que não terá feito outra coisa senão vasculhar nos arquivos do passado para chamar a si as promissoras esperanças de há uma década.

É natural que não abundem “quadros” e daí esta recorrente repescagem.

Desta feita, Montenegro foi ao Banco de Portugal, a essa sinecura áurea onde abundam em stand by, hibernadas, as pretéritas glórias prontas a acorrer à chamada dos pátrios deveres, e repescou o dr. Rosalino do seu doirado aconchego para o proclamar Secretário Geral do seu governo.

Vai daí, após a aceitação, o vil metal impôs-se e levou o nomeado a requerer o seu usufruído e redondinho salário de 16 mil euros mensais no BdeP (igual a 20 salários mínimos…). O que, convenhamos, está de acordo com a lei que os políticos fazem para seu consolo, usufruto e regalo.

Não esperava, o dr. Rosalino, que tal coro de protestos se erguesses das fileiras da oposição, da comunicação social e da opinião pública. E vai daí, para não ser queimado em lume brando, de súbito, mostrou-se indisponível para o cargo para o qual Montenegro o nomeara, criando-lhe mais um embaraço e levando-o a partir em busca acelerada de uma segunda escolha para o “inquinado” cargo.

Parafraseando Manuel João Dias, que pode ler aqui https://www.ruadireita.pt/opiniao/regresso-em-grande-53746.html, Hélder Rosalino tem no seu brilhante CV ter sido “o autor da proposta (considerada inconstitucional) de cortar dez por cento nas pensões.”

Se mais precisássemos, esta façanha seria suficiente para aquilatarmos da visão governativa desta notável personagem.

Afinal, a Montenegro, perante o que se vê, só falta mesmo, num rasgo de saudosismo passadista, ir buscar aquele que parece ser seu ídolo, herói e mentor… PPC.

Os outros já lá estão…

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Opinião