Centro oncológico para Viseu: Uma ‘novela’ sem fim à vista?

A este propósito, apetece-nos parafrasear Almada Negreiros quando referiu que as frases para salvar a humanidade estavam todas ditas, só faltava era salvá-la.

  • 13:22 | Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2019
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Já houve uma petição subscrita por autarcas locais, já houve perguntas ao governo por parte de todos os partidos, já houve anúncios e declarações solenes por parte de responsáveis, já houve moções em todos os órgãos autárquicos, já houve a colocação de uma placa a dizer que vai ser ali, enfim, já houve de tudo, obras no terreno, essas, é que não!

Falamos, claro está, do “Centro Oncológico” com Unidade de Hematologia/Oncologia com ambulatório e internamento, e a Medicina Nuclear para Viseu. Não falamos de uma mera unidade de radioterapia que não corresponde às necessidades das pessoas da região.

A este propósito, apetece-nos parafrasear Almada Negreiros quando referiu que as frases para salvar a humanidade estavam todas ditas, só faltava era salvá-la.


Pois bem, é o que se passa com a construção do centro oncológico de Viseu, uma mais que legítima aspiração das gentes da Beira Alta e da raia que já andava na agenda há muitos anos mas que começou a ganhar robustez depois de um estudo desenvolvido pela Entidade Reguladora da Saúde e publicado em julho de 2012, “Acesso, concorrência e qualidade no setor da prestação de cuidados de saúde de radioterapia externa” que apontava Viseu como a melhor localização para tal instalação.

Só que, até hoje, nada!

Só temos tido, e já estamos cansados, sucessivas perguntas dirigidas ao governo pelos deputados, interpelações aos governantes do ministério da saúde na AR e declarações do anterior ministro da saúde e do secretário de estado, referindo este último, há um ano e meio atrás, que esperava que a radioterapia estivesse “instalada e aberta aos utentes dentro de dois anos ou dois anos e meio”. Ora, atendendo ao que precede, e fazendo fé nas palavras dos governantes, no máximo falta um ano, só que entretanto mudámos de ministro e de secretário de estado e a atual ministra referiu no âmbito do debate do OE que a situação estava a ser reavaliada.

Portanto, ou muito nos enganamos (e é isso que almejamos!), ou a questão vai voltar a derrapar!

Sabemos que o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu está fortemente empenhado em levar a cabo esta obra crucial para as pessoas de toda esta vasta região, porém a sua margem de manobra esbarra nos cofres das Finanças, cuja password só o ministro Mário Centeno conhece.

O tempo, como já se percebeu, neste momento, não é de mais palavras sobre esta matéria, ou melhor, o tempo só pode ser de mais duas palavras, duas únicas palavras, proferidas por quem manda no governo. Essas palavras, que aguardamos esperançosamente de António Costa, são: “vai começar”.

É que os viseenses, que tão fustigados têm sido em diversas circunstâncias ao longo do tempo, já estão exaustos de tanta conversa fiada!

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Publicado em Opinião