No concelho de Viseu cada freguesia decide abrir ou fechar o seu Cemitério.
Aproxima-se o Dia de Finados e não fosse a pandemia do maldito Covid-19, preparava-se a habitual romaria aos cemitérios. À volta do cemitério existe uma pequena economia que se movimenta. São sobretudo os vendedores de velas e flores, que este ano podem vir a ter menos uma fonte de receita para compor o parco orçamento, isto se as freguesias não autorizarem as vendas ambulantes, para evitar ajuntamentos.
Esta situação está a causar, no concelho de Viseu, um acesso desigual dos cidadãos aos cemitérios. Vamos a casos concretos, o maior cemitério do Concelho, o Cemitério Novo de Santiago, vai estar de portões abertos para receber quem ali tem os seus entes queridos sepultados. No entanto, os cemitérios de Silgueiros e de Fragosela vão ter os seus portões encerrados, por não existirem as condições necessárias para garantir a segurança de quem ali se pretende deslocar, de modo a evitar ajuntamentos que potenciem a transmissão do maldito vírus que nos virou a vida do avesso e com o qual temos forçosamente de viver durante os próximos meses.
Podemos questionar o porquê desta desigualdade. Haverá Juntas de Freguesia que não dispõem de meios suficientes para assegurarem em segurança o acesso aos cemitérios? Será apenas uma questão de organização ou de falta dela? Seria importante que o Executivo Municipal indagasse tais razões ou na falta deste esclarecimento terá de ser a oposição a indagar se faltam meios às freguesias.
Em casos de pandemia deveria haver uma ação concertada para evitar desigualdades como esta. Não havendo procedimentos comuns, o melhor, para quem possa claro está, será velar os seus entes queridos noutro qualquer dia do ano, afinal os mortos têm sempre tempo para os vivos.