A Europa central e do Norte está com as temperaturas mais baixas de sempre registadas em Abril.
Depois de um mês de Março excecionalmente quente, chega de súbito, um mês de Abril excecionalmente frio.
Tal e tão brusca alteração climática causa enormes transtornos, nomeadamente a nível da agricultura.
Ontem, na região do Chablis, em França, os vinicultores postos perante esta assimetria climatérica, com as suas vinhas em floração a enregelarem, principalmente durante a noite, viram-se obrigados a aquecer a terra e as videiras com latas cheias de parafina a arder.
Se o espetáculo é visualmente estranho e até atraente pelo que tem de inesperado, trará sobretudo um aumento de despesas imprevisto para os produtores que se irá decerto refletir no custo e na qualidade final do vinho. A alternativa é tudo perderem, com consequências terríveis neste setor tão importante para a economia francesa.
Mas se este é um efeito, há que refletir na causa. E ela reside nas consequências que começamos a sofrer, também no domínio meteorológico, fruto das constantes agressões de que tem sido vítima a natureza, os ecossistemas, por força da ganância e da inconsciência humana.
De que precisará mais o homem para parar e deter o seu cego egoísmo? Que planeta sobrará para nós, os mais jovens e para os que a nós sucederão?
(Fotos DR)