Enredado numa encenação digna do teatro de Bolshoi, Putin vai entretecendo as suas coreografias de acordo com as conjunturas, transmitindo simbolicamente mensagens de proximidade e distância segundo as circunstâncias e os “actores”.
O ex polícia da iníqua KGB erigido a presidente da Rússia, na mesquinhez crónica e cínica do seu agir, como um novo rico ancho de poder mas parco de princípios e de humanidade, usa estes estratagemas para mandar mensagens ao mundo do seu totalitarismo e da sua soberania despótica.
A metáfora da mesa, basicamente, significa: estou distante de ti, das tuas ideias e das políticas que preconizas. Aqui mando eu como czar e senhor e tu és uma insignificante e desprezível criatura que faço o favor de receber e que quero longe de mim e das políticas que defendo.
Logo à partida Putin quer vincar a mensagem do falhanço de quaisquer negociações e diz aos líderes do Ocidente: não quero nada convosco. Quero-vos longe de mim.
Poderíamos até conjecturar ter Putin alguma fobia, doença contagiosa ou mau-cheiro… Mas não, pois com os seus émulos senta-se quase joelho com joelho, ou biqueira com biqueira…
(Fotos DR)