Antes estivéssemos no Carnaval, neste tempo de máscaras, mas em boa verdade já antes havia quem as usasse todos os dias, mesmo antes desta malvada pandemia do Covid-19. Cedo ou tarde também estas máscaras cairão. É o inexorável e inevitável ciclo da vida, o tempo passará, as circunstâncias mudarão, a rotina recuperar-se-á, as máscaras cairão e até a mentira dará lugar à verdade.
A governação deste executivo é uma mascarada pegada de promessas disfarçadas de obras, de caridade disfarçada em apoios sociais, de concursos para os amigos disfarçados em investimento, de callcenters disfarçados de emprego qualificado, enfim, até uma promessa de máscara à caixa do correio vazia!
Um olhar desapaixonado e distante, na diagonal, pelo órgão oficial da propaganda do município nas redes sociais dá conta da intenção da autarquia, nos primeiros tempos da pandemia, de aquisição de 2 máscaras por agregado familiar a uma empresa de Viseu, por sinal conceituada na região e até com pergaminhos a nível nacional e internacional. Uma empresa que se disponibilizou ao que consta e pelo que se pôde verificar no mercado para alterar o seu core business e ir ao encontro das necessidades mais prementes de EPI’s para combate ao Codiv-19. Uma empresa que certamente terá sido contactada, que criou expectativas no negócio (é disso que as empresas vivem caso o marqueteiro territorial do Rossio e o afamado gestor de outrora feito autarca agora desconheçam), que até terá porventura alterado os seus circuitos de produção para dar resposta aos da casa, aos nossos e que de repente vê surgir no Portal Base, com data de 01 de Junho, um contrato assinado com uma outra empresa fora do distrito e com um prazo de entrega de 10 dias para as mesmas máscaras a que terá sido convidado a preparar, as máscaras que hoje dia 16, 5 dias depois de expirado o prazo de entrega das mesmas ainda não estão na posse dos agregados viseenses como prometido. Nas mesmas redes sociais reiteram a promessa que é até ao final do mês que isso acontece, curiosamente não referem o ano, mas em boa verdade as eleições são só em 2021 e é infelizmente bem provável que ainda venham a ser então necessárias.
99 mil euros em 90 mil máscaras que saem ao preço de 1,10 euros e onde a autarquia nem se terá dado ao trabalho de negociar, como provavelmente o terá feito com a empresa local, exigindo mundos e fundos! Santos da casa, pois então!
Não sou, como calculam, vendedor da empresa e nem sequer conheço a sua administração, mas dei-me ao trabalho de sondar a outra empresa “vencedora” e sem também me conhecerem faziam pelas máscaras o preço de 1,05€ para 100 mil e se insistisse aposto que fariam 1 € para as 90 mil, poupando assim 9.000 euros ao Estado e… mais não digo, como o outro que dizia “preciso de mais veja lá o que pode fazer”!
Bem era agora a defraudada empresa local perder a ideia em mais 4 ou 5 mil euros e obrigar a que a autarquia se retratasse na justiça e quiçá reclamasse de indemnização o valor em que foi lesada pelas horas de trabalho e produção dos seus funcionários, que presumo nenhum seja de outro distrito e concelho que não Viseu, e que mereciam ver recompensado o seu esforço adicional com um prémio disso resultante.
Mais cedo do que tarde todas as fragilidades serão reveladas porque um dia todas as máscaras caem. Até na política isso acontece! Toda a maquilhagem sai, toda a máscara cai e toda mentira se revela.
Tudo isto na mesma ocasião em que se anunciava com pompa e circunstância, obrigando mesmo a presença ministerial, o Viseu Compra Aqui para depois ser Viseu Compra Ali.
Que hipocrisia mascarada esta!