Por paradoxal que pareça, o mesmo autarca que reclama de uma sociedade digital para todos é o mesmo que sonega informação aos seus munícipes e que mostra no quotidiano da governação total desprezo pela transparência.
Montado numa máquina despesista de propaganda ignora contudo que no mundo actual o google é uma ferramenta extraordinária e que o escrutínio da governação é por força da tecnologia maior bem como maior é o mediatismo por força das redes sociais.
Vem isto a propósito dos documentos de gestão como os Relatórios de Contas que de acordo com a lei devem ser do conhecimento público e não apenas da oposição, que na maioria das vezes ou os ignora ou não analisa na profundidade merecida.
Há dias anunciadas, as contas da autarquia a serem aprovadas em sessão da Assembleia Municipal, procurou a autarquia passar para o domínio público a ideia de ser uma câmara de boas contas no que a amorfa comunicação social local colabora a bom tom e a troco da publicidade rotineira.
Acontece que como o , fazendo uso da sua qualificação profissional, já o demonstrou, não são boas contas nem sequer más contas. Chegar pela primeira vez em muitos anos a um saldo negativo de quase 4 milhões não é acto de gestão que alguém se posso vangloriar, a não ser que a vergonha já não faça parte do seu dicionário político. E, se têm dúvidas nesta matéria perguntem ao anterior presidente, o Dr. Fernando Ruas que amealhou o possível e que como economista sabe o que representa para o futuro do concelho estas contas agora apresentadas.
Temo mesmo que haja gato escondido com o rabo de fora neste exercício de gestão. Não haverá inclusive uma desorçamentação para os SMAS e outras entidades administrativo financeiras da autarquia? A proposta de aumento do custo de água tem justificação apenas no previsível cenário de seca que se avizinha? Será?
E, os custos de publicidade e comunicação que ninguém duvida sejam exagerados onde constam? Estarão diluídas na Viseu Marca? E mesmo na Viseu Marca onde está o descritivo dos serviços externos contratados no valor de mais de um milhão e meio? Que escondem afinal?
,Auditadas as contas por um ROC que aceita com facilidade o erro na designação de um parceiro da Viseu Marca, o CERV enquanto Conselho Empresarial e não Confederação também aqui não se compreende como é que 3 anos após a constituição da Associação no fundo ainda não esteja realizado o valor dos 4% que lhe correspondem. Qual a razão? Não há prazos legais para que isso aconteça? O CERV não dispõe de 16 mil euros para esse efeito? A AIRV nesse caso não apoia o CERV porque razão? É verdadeiro o rumor que a afirma como estando falida?
Como se vê são tantas as dúvidas e as questões no ar que até pela razão política de as anular ou responder em pleno justificar-se-ia a divulgação sem reservas desses documentos.
A não ser que… o resto conclua o leitor!