Quando os vizinhos são os mesmos e se prolongam no tempo, há uma tendência doentia para se repetirem comportamentos e criarem intimidades que resultam numa união, às vezes, tida como improvável.
É como se fosse o instinto de sobrevivência da espécie a exibir a vontade uníssona e voraz de contrariar tudo o que a apoquenta e belisca.
É a loba a defender as crias.
Rui Rio propôs a criação de um Conselho de Ética, composto por uma maioria de não deputados, evitando juízos em causa própria. Para substituir a jurássica comissão existente, que se dedica mais a defender os seus do que a honrar a virtude que lhe dá o nome, parece-me bem. Visto de fora, a quem não parece ajuizado? Inocente, ainda avançou com a ideia da integração de independentes nas comissões de inquérito para evitar a partidarização das deliberações. Para substituir as inúmeras que existem, anquilosadas e familiares, que produzem resmas de papel e zero de conclusões vinculativas.
Resguardaram-se, em nome da opacidade que tanto lhes convém.
O que a ideologia separa, o sebo das poltronas aproxima. Para se manterem e criarem o respaldo, que há-de garantir a sua reprodução, os políticos indígenas são uns vivaços.
(Foto DR)