Há 100 anos estava Aquilino Ribeiro como 2º bibliotecário da Biblioteca Nacional, por convite de Raúl Proença.
É intensa a sua colaboração em jornais e revistas e em Janeiro publica a novela “A Traição” com origem esquissada no texto “El Pilluelo deTordehumus”, saído na revista “Ilustração Portugueza”.
Em Abril profere uma brilhante alocução no Teatro Nacional, conjuntamente com outro orador, Cardoso de Oliveira, embaixador do Brasil, sob a égide e título de “Anatole France” e publicada pela Aillaud & Bertrand nesse mesmo ano.
Aquilino considera Anatole France “o génio mais representativo da latinidade” (…) “um grande sobrevivente da era que expirou”.
Na sua conferência, refere Aquilino ter visto o escritor francês duas vezes, em Paris, a primeira entre alfarrabistas onde Anatole vasculhava por um antigo cartapácio, e a segunda no decurso de uma comunicação por ele proferida na Casa dos Estudantes, em finais de Maio de 1910. “Dias antes, a Sorbonne recebera a visita de Roosevelt, em colheita de louros pela Europa, em seguida à sua mirabolante e estupefaciente travessia de exploração no Amazonas e às suas caçadas na África.”, refere Aquilino.
De alguma forma, o seu “Jardin d’Épicure” terá influenciado o “Jardim das Tormentas”, obra primicial de Aquilino, publicada em 1913.
Ainda neste ano de 1923, Aquilino estancia por dois meses em Soutosa, lavrando o esquisso da obra “O Homem que Matou o Diabo”, que verá prelo em 1930 mas será apresentado em 1924, na sua redacção primeira e reduzida, com o título “El Hombre que Mató el Diablo”, editada em Madrid.
No frontispício, o editor escreve: