Este provérbio popular parece assentar como uma luva no Primeiro-Ministro de Portugal, Luís Montenegro.
Ao fim de 24 horas de mediático e arrogante espectáculo, a primeira grande promessa feita ao eleitorado afinal não passa, no dizer de economistas, políticos, comentadores e jornalistas de uma “fraude”, de uma “vigarice”, de uma “mentira”, de um “embuste”, de uma “chico-espertice”, etc. e tal…
E tudo pelo várias vezes reiterado em campanha pelo actual primeiro-ministro e repetido no passado 11 na Assembleia da República. Citamos:
No dia seguinte, vem à liça Miranda Sarmento, actual ministro das Finanças precisar o anteriormente dito por Montenegro e clarificar que a referida redução sobre o IRS não passava de um desagravamento fiscal de duzentos milhões de euros, ou seja, menos mil milhões e trezentos mil euros do que o prometido, agravado pelo facto de ter sido uma medida do cessante governo no montante de 1,33 mil milhões de euros.
Lá se vai o estado de graça, lá se vão os sorrisos triunfalistas, lá se perde a arrogância de um governo eleito por mais 50 mil votos do que o segundo partido mais votado, com os mesmos 78 deputados eleitos…
Se assim é com esta macro medida que entusiasmou tantos portugueses a nela acreditarem e na AD votarem, como poderemos nós, em boa verdade, fazer fá em que todas as restantes promessas eleitorais vão ser cumpridas?
Como se não bastasse, hoje, o Conselho de Ministros, emitiu um comunicado, no mesmo sobranceiro tom de quem nunca se engana e só fala verdade, a dizer, em síntese, que estamos todos enganados. Como dizia há pouco um jornalista na CNN, “este comunicado quer fazer de todos nós burros”. Assim termina, o dito cujo:
Rui Rocha, da IL já veio também hoje dizer: “Não é um choque fiscal. É um retoque fiscal. Não é nenhuma surpresa para a Iniciativa Liberal, mas marca o fim do estado de graça deste Governo. Durou dois dias. E durou dois dias porque as pessoas não estiveram atentas”.
Mariana Mortágua, do BE, afirma: “A descida do IRS é afinal um embuste. A única promessa que não era a brincar é a redução do IRC sobre os lucros das grandes empresas. Ao fim de uma semana, imprensa já pede desculpa aos leitores por ter acreditado em Montenegro.”
Enfim, quando se preparava a procissão para sair do adro da igreja, logo o pálio se abate sobre a Cruz.
O que mais estará para vir?