Angola no coração

O mesmo para os angolanos residentes em Portugal num total estimado superior a 20 mil. Ontem mesmo chegaram 400 angolanos a Luanda que embarcaram em dois Boeing 737 em Lisboa e no Porto.

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  • 21:18 | Quinta-feira, 19 de Março de 2020
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Há muito dividida entre o país onde nasci e o que me acolheu, trago sempre os dois no coração.

Não há dia que não tente informar-me do que se passa na minha terra, com a apreensão natural destes cinzentos dias que correm e consciente das debilidades existentes no que toca às estruturas de saúde locais.

Para enfrentar a pandemia, o Governo tomou já importantes medidas, tais como:


Interditar a partir de 20 de março a circulação de pessoas nas fronteiras terrestres, suspensos ficando também os voos comerciais e privados assim como os navios de passageiros.

De acordo com o decreto governamental é também “proibida a realização de eventos públicos como cultos religiosos, atividades culturais, recreativas, desportivas, políticas, associativas, turísticas, privadas e de qualquer outra índole, com a aglomeração de mais de duzentas pessoas.
Todos os estabelecimentos públicos e privados, incluindo centros comerciais, mercados, restaurantes, bares, lanchonetes, estações ferroviárias e rodoviárias, portos, aeroportos, locais de culto, escritórios, escolas e outros locais de congregação que se mantiverem abertos ao público devem criar as condições adequadas e acessíveis para a higiene das mãos, com sabão e água corrente, ou desinfetante à base de álcool.”

No seu discurso ao país, o presidente João Lourenço reforçou ainda a importância da solidariedade internacional: “Em todo este esforço temos contado com o apoio e a ajuda da Organização Mundial da Saúde (OMS), de outros Organismos do Sistema das Nações Unidas, Banco Mundial e outras instituições e entidades públicas e privadas, religiosas e a sociedade civil em geral, aos quais apresentamos os nossos agradecimentos.”

Os portugueses que estão em Angola, empresários, técnicos, e diversos colaboradores veem-se agora confinados à medida de restrição de saída ou entrada no país. E são muitos, pois se eram aproximadamente 100 mil portugueses em 2016 e se este número tem vindo a diminuir pelos efeitos da retoma económica em Portugal somada aos efeitos recessivos da crise dos preços de petróleo sobre o mercado de trabalho angolano da imigração, ainda há dezenas de milhar de portugueses a exercer a sua vida profissional em Angola.

O mesmo para os angolanos residentes em Portugal num total estimado superior a 20 mil. Ontem mesmo chegaram 400 angolanos a Luanda que embarcaram em dois Boeing 737 em Lisboa e no Porto.

Uma boa notícia é a de que Portugal é o primeiro país do mundo a abrir portas aos angolanos para tratarem diretamente de documentos fundamentais como o BI e o Registo Criminal em delegação agira aberta do Centro de Produção do Bilhete de Identidade (CPBI), evitando assim terem de se deslocar a Angola para esse fim.

Mais um exemplo de frutífera cooperação entre os dois países.

Um dia de cada vez…

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Publicado em Opinião