Andam selvagens à solta

Apesar do número de atropelamentos mortais em passadeiras dentro do perímetro urbano não ter fim – ainda esta semana fez mais uma vítima; não obstante os radares da PSP, não serem solução; continua a ser uma aventura, não isenta de perigo para o peão, atravessar a passadeira em determinados locais.

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  • 19:52 | Sábado, 31 de Outubro de 2020
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Aproveitei a tarde deste sábado e fui dar um passeio a pé, da Quinta do Bosque até ao centro de Viseu, por lá tendo deambulado com vagar e alguma apreensão.

Algumas evidências:

1. A cidade está meia deserta, o que é perfeitamente natural nos tempos vividos e num sábado à tarde;


2. Cada vez é maior o número de comércios encerrados com carácter aparentemente definitivo. Se este problema é muito anterior à covid19, tem-se agora agudizado, aumentando substancialmente as falências e o número e desempregados;

3. Aproximadamente 40% dos transeuntes passeavam como se não houvesse quaisquer normas sanitárias a cumprir, nomeadamente o uso da máscara.

Compreendo mas não aceito. Eu também não me dou bem com ela, embaciam-se-me os óculos, apesar de já ter adquirido o pano anti-embaciamento, caro e pouco eficaz, e dificulta-se-me a respiração (a juventude já vai longe…). Ainda assim esforço-me por cumprir. É um mero acto de básica cidadania;

4. Apesar do número de atropelamentos mortais em passadeiras dentro do perímetro urbano não ter fim – ainda esta semana fez mais uma vítima; não obstante os radares da PSP, não serem solução; continua a ser uma aventura, não isenta de perigo para o peão, atravessar a passadeira em determinados locais. Em concreto e por exemplo, quem desce na circular para a rotunda Carlos Lopes… detive-me perplexo para ver com atenção, espanto e receio a quantidade de street racers que ali passa a velocidades decerto proibitivas numa auto estrada.

São uma espécie de potenciais “serial killers” à solta e com liberdade para matar.

Soluções, perante esta inconsciente insanidade, falta de respeito e barbárie? Talvez criar nas zonas identificadas como de maior risco impopulares radares actuantes, que obriguem à circulação dentro dos limites, não por cem metros, mas por todo o perímetro, com registo das matrículas dos prevaricadores e sua pesada e consequente autuação, seguida de uma campanha informativa e de dissuasão exemplar.

Se existem vândalos criminosos à solta, há que tomar medidas adequadamente duras, pois esses “selvagens” só merecem estar a acelerar dentro de uma jaula. Ou então, se querem fazer disparar a adrenalina, que vão fazer track days para o AIP (Autódromo Internacional de Portimão).

A título de conselho: à noite, livremo-nos de usar uma passadeira nesses locais… só se formos “kamikazes“.

Nestas matérias paga sempre o justo pelo pecador. Mas se as duras e antipáticas medidas servirem para ao menos se evitar uma morte que seja, já terá valido a pena.

Por isso, estimado leitor… se sair de casa e for de carro, cumpra as regras. Tenha presente de que amanhã a vítima pode ser um filho seu, ou o seu pai ou avô. Se sair a pé e como ainda não temos asas para voar, pffff… nem sei que lhe diga. Acautele-se e reze um terço.

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Publicado em Opinião