A gestão da água sempre foi um desafio, não se mede aos copos nem cântaros. Mark Twain, escritor americano, dizia que “whisky é para beber, água é para disputar”…
Num relatório das Nações Unidas sobre Direito Humano à Água e ao Saneamento, a relatora especial, Catarina Albuquerque, afirmou que “até 2030, metade da humanidade vai viver em zonas sob stress hídrico”.
Se a Terra vista do espaço parece um “mar azul” ficamos na dúvida se quem decide compreende a importância da água para o bem-estar físico e saúde.
A água tornou-se um bem transacionável. Foram privatizados os serviços de distribuição e tratamento da água, como a exploração das reservas de água pode ser entregue a empresas cuja única visão do negócio são números.
O acesso à água potável não é apenas um problema dos países pobres ou em vias de desenvolvimento. É uma questão transversal a todos os países. Trata-se da sustentabilidade da vida humana e das economias.
A concentração de um recurso natural em mãos privadas leva a que os cidadãos e as pequenas e médias empresas também tenham de adquirir o acesso a este recurso natural a preços para satisfazer a ganância dos acionistas e em concorrência monopolística com o elevado risco de usos e abusos.
Um desenvolvimento sustentável e ecologicamente equilibrado passa. pois. por mudar o paradigma da exploração, tratamento e distribuição da água. O debate sobre o preço da água para o consumidor, em tempo de eleições autárquicas, não pode passar ao lado, está aí, tem que ser feito com dignidade e elevação. As discrepâncias são muito significativas de concelho para concelho ou grupos de concelhos.