Marcelo quer liderar (e que Portugal lidere) a discussão sobre os custos de imperialismo e colonialismo e as suas reparações. Acho muito bem. Acho mesmo. Mas, se assim é, não faz sentido estar a falar primeiro do passado (algum dele muito distante), sem se referir e insurgir em primeira instância ao presente.
Não se insurge (mais lentamente para não criar problemas) contra a China e os seus tentáculos que, cada vez mais suga recursos em todo o lado, esgotando a Terra.
Que censure a Rússia e a imensidão de territórios oprimidos?
Que se levante contra o Reino Unido e a Commonwealt.
Que exija o fim dos territórios ultramarinos da França (cuja maior fronteira terrestre é, espante-se, com o Brasil), dos Países Baixo e da Dinamarca.
Que exija que Espanha devolva (até ao fim do ano) Olivença à Pátria.
Que faça o mesmo com Gibraltar.
Que apoie todos os movimentos de autodeterminação existentes na Europa, a começar pela Catalunha e Galiza.
Que apoie os projectos de restauração e criação de concelhos, porque neste país, ainda há quem pague impostos locais para serem quase sempre gastos nas sedes dos concelhos.
Se Marcelo quer que Portugal lidere esta luta, justa e sensata, que comece por rasgar o cartão do partido de que é membro e faça o combate pela abolição da política neoliberal capitalista, melhor herdeira do que agora diz ter sido vergonhoso no passado. Se não o fizer, não espere que o levemos a sério. Se quer distração para assuntos que o embaraçam que use o futebol que é mais eficaz.
E viva o Primeiro de Maio.