O sr. Costa não susteve a sua punção vermelha e, vivendo uma “contradição íntima”, aceitou o que a dignidade do cargo desaconselhava. A partir do instante em que o PR afirmou aos microfones que, na habitual reunião das quintas-feiras, ia questionar o PM sobre a participação deste na Comissão de Honra da candidatura de Filipe Vieira, o destino estava traçado. Não podia ser de outro modo. As cabeças pensantes viraram-se então para a descoberta da fórmula mágica que guiasse o sr. Costa por entre as farpas que, vindas de todos os quadrantes, sobre ele se assestavam.
A palavra de ordem era tudo fazer para não sair chamuscado desta cretinice que não lembrava ao mais amador dos políticos. E como o sr. Costa, teimoso e dono da razão, já tinha dito que não saía, os assessores iluminados encontraram este novo modelo de negócio nada inteligente, tão engenhoso que nem o mais lorpa acredita nele.
Numa tentativa atabalhoada de colar os cacos, inventa-se, então, que Filipe Vieira expulsa Costa da comissão. E também Medina, o delfim. E outros políticos, deputados e autarcas que não têm pejo em misturar política e futebol, trocando a transparência do cargo por um lugar no camarote e mordomias adjacentes, comes e bebes à fartazana e bilhetes à borla para os duelos.
As mais das vezes, aos políticos o que falta é humildade. E bom senso.
PS – Um jornal de hoje titula ” Como se fez um dos piores dias na vida política de Costa“. Eu acrescentaria ” Hão-de vir dias piores“.
Ámen.