A senhorinha de Abrantes

Triste fado o de Costa, já não lhe bastavam Pedro Nuno e Medina, coube-lhe agora em sorte esta dama de copas para lhe dar cabo do Verão.

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  • 12:17 | Terça-feira, 16 de Agosto de 2022
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Não se sabendo pôr no seu lugar e arrogante como os presunçosos, numa visita a uma unidade de produção de citrinos, nos arredores de Portimão, e a propósito da falta de medidas do governo para mitigar o impacto da seca na produção e da alimentação animal, reclamada pela CAP, a D. Maria do Céu ditou a sua lei: “É melhor perguntarem porque é que durante a campanha eleitoral a própria CAP aconselhou os eleitores a não votar no PS“.

Nesse exacto momento, a ministra, que todos sabem ser uma inexistência política, tornou-se numa governante de facção, virada para o interesse de uma parte dos portugueses, excluindo outros, ao contrário da sua mais elementar obrigação, que é não discriminar, nem boicotar.

E, desembainhando a espada, brandiu contra quem não simpatiza, nem perdoa, revelando que trata assuntos sérios como intendências.

Esqueceu-se que não é ministra de uma coutada, nem de uma quinta, cujos feitores ela comanda, segundo a lei do seu indecoroso arbítrio.


Trouxe para a praça pública um rançoso e salazarento espírito de vingança e perseguição que se julgava arredado da vida democrática.

Todos sabemos que o há, sibilina e soez, em todos os quadrantes, mas dizê-lo é falta de polimento e lustre nas relações humanas e na “praxis” política.

A D. Maria do Céu instituiu, miseravelmente, a “vendetta” como argumento político e o ajuste de contas como critério da sua infausta acção pública.

Manifestamente incapaz para a função, não se lhe conhecendo, até hoje, obra ou ideia, é também desajeitada nos modos. Tem uma carinha laroca, jeitosa de se ver, mas como política e governante é um verdadeiro desastre.

E colocou-se no olho do furacão, com todos os partidos a exigirem o reparo do desatino.

Triste fado o de Costa, já não lhe bastavam Pedro Nuno e Medina, coube-lhe agora em sorte esta dama de copas para lhe dar cabo do Verão.

Ganharia o país e o Terreiro do Paço, se a senhora recolhesse ao Ribatejo, cuidando das lezírias e tratando do plantio dos férteis arrozais.

 

(Foto DR)

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Publicado em Opinião