Dia 16 de março poderá ser decisivo para o destino da proposta de lei que o Governo francês apresentou para alterar o sistema de pensões.
No último sábado (11/03), o Senado, com o Governo a recorrer a um mecanismo constitucional de exceção, aprovou o texto proposto em votação única global (o Governo evitou atrasos na votação, mas sobretudo garantiu a aprovação do diploma neste órgão.
No entanto, para que o percurso legislativo fique completo, a proposta de lei terá que ser votada na Assembleia Nacional.
E aqui a vida do Governo complica-se. No Senado o partido de Macron e a direita detêm maioria, mas na Assembleia Nacional as contas complicam-se, pois não há uma maioria definida.
A antiga ministra do trabalho, ora deputada, lidera uma equipa que está a contabilizar os votos, dia a dia. A “folha excel” não deu ainda uma resposta.
O Governo não pode correr o risco de ver a proposta rejeitada.
A Constituição Francesa tem a singularidade de permitir a aprovação de leis sem passarem pela votação na Assembleia Nacional.
Claro que é para situações especiais e este ainda “tenro” governo já recorreu onze vezes a tal mecanismo, o número 3 do artigo 47 da Constituição Francesa.
Portanto, se o Excel não “der garantias” de que a proposta será aprovada, o Governo decorrerá à aprovação sem votação.
Será mais um incentivo aos enormes protestos que têm invadido as ruas francesas.
(Fotos DR)