A Escola Superior Agrária de Viseu, (ESAV) tem a sua morada na Quinta da Alagoa, Estrada de Nelas, Ranhados, Viseu.
A ESAV, além de ser um dos pilares do IPV, sedia-se em aproximadamente 40 hectares, com extensos terrenos para a suas aulas práticas e, ao mesmo tempo, com harmoniosa integração e manutenção de um magnífico espaço verde às espaldas da urbe.
Quando está em curso a efeméride dos 30 Anos da ESAV, há que a parabenizar e à sua dinâmica direcção. pela instituição de Ensino Superior que é, mas também pela forma rigorosa e harmoniosa como tem sabido preservar aquele espaço de excelência, que até de uma mini-barragem é dotado.
Mas, efectivamente, esta grande quinta, da qual têm um aluguer ou contrato de comodato por minguados anos, tem dono, e o dono é a Confraria de Santo António de Viseu, uma IPSS com “longa e valiosa história”, como se lê no seu site.
Ao que parece, e depois da venda dos terrenos para a Mercadona, outros negócios estarão na mira, cujo retorno material, decerto será em breve visível, entre outros, no Lar-Escola de Santo António, que acolhe e educa crianças desfavorecidas.
O polémico PDM, da CMV, com as suas recentes alterações, veio permitir novas avaliações do solo e do espaço rústico, dando-lhe alvará de urbano e, de súbito, concedendo-lhe outras perspectivas de futuro que passam, entre outras, pelo esquartejamento daquele espaço, construção de silo auto e habitações. Será?
Evidentemente que ninguém ignora as profundas preocupações ecológico-ambientais do autarca Fernando Ruas, um edil para quem os pulmões da cidade têm tanto valor como aqueles, pessoais, pelos quais respira. Pelo que tudo terá milimetricamente acautelado.
Certamente que os viseenses, tão apreciadores do meio ambiente da sua cidade, esperam ter ali o seu espaço verde propiciador, nas suas dezenas de hectares, da melhor qualidade de vida de que a autarquia faz recorrente slogan e bandeira.
A não ser que, em alternativa, toneladas de betão estejam para surgir em breve, perante a anuência de todos e a complacência dos viseenses, cada vez mais alheados do destino da sua Cidade. Cenário no qual nos recusamos de todo a imaginar…