A Quinta da Alagoa, um pulmão de Viseu

Evidentemente que ninguém ignora as profundas preocupações ecológico-ambientais do autarca Fernando Ruas, um edil para quem os pulmões da cidade têm tanto valor como aqueles, pessoais, pelos quais respira.

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  • 16:34 | Quinta-feira, 18 de Janeiro de 2024
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A Escola Superior Agrária de Viseu, (ESAV) tem a sua morada na Quinta da Alagoa, Estrada de Nelas, Ranhados, Viseu.

A ESAV, além de ser um dos pilares do IPV, sedia-se em aproximadamente 40 hectares, com extensos terrenos para a suas aulas práticas e, ao mesmo tempo, com harmoniosa integração e manutenção de um magnífico espaço verde às espaldas da urbe.

 


 

Quando está em curso a efeméride dos 30 Anos da ESAV, há que a parabenizar e à sua dinâmica direcção. pela instituição de Ensino Superior que é, mas também pela forma rigorosa e harmoniosa como tem sabido preservar aquele espaço de excelência, que até de uma mini-barragem é dotado.

Mas, efectivamente, esta grande quinta, da qual têm um aluguer ou contrato de comodato por minguados anos, tem dono, e o dono é a Confraria de Santo António de Viseu, uma IPSS com “longa e valiosa história”, como se lê no seu site.

Ao que parece, e depois da venda dos terrenos para a Mercadona, outros negócios estarão na mira, cujo retorno material, decerto será em breve visível, entre outros, no Lar-Escola de Santo António, que acolhe e educa crianças desfavorecidas.

O polémico PDM, da CMV, com as suas recentes alterações, veio permitir novas avaliações do solo e do espaço rústico, dando-lhe alvará de urbano e, de súbito, concedendo-lhe outras perspectivas de futuro que passam, entre outras, pelo esquartejamento daquele espaço, construção de silo auto e habitações. Será?

Evidentemente que ninguém ignora as profundas preocupações ecológico-ambientais do autarca Fernando Ruas, um edil para quem os pulmões da cidade têm tanto valor como aqueles, pessoais, pelos quais respira. Pelo que tudo terá milimetricamente acautelado.

 

Naturalmente que o presidente do IPV, correligionário de Ruas, tem definidas as suas exequíveis prioridades para a condigna e adequada reinstalação da ESAV. Ou será que o  previsível “encolhimento” de 40 para 4 hectares lhe manterão a pragmática funcionalidade?

Certamente que os viseenses, tão apreciadores do meio ambiente da sua cidade, esperam ter ali o seu espaço verde propiciador, nas suas dezenas de hectares, da melhor qualidade de vida de que a autarquia faz recorrente slogan e bandeira.

A não ser que, em alternativa, toneladas de betão estejam para surgir em breve, perante a anuência de todos e a complacência dos viseenses, cada vez mais alheados do destino da sua Cidade. Cenário no qual nos recusamos de todo a imaginar…

 

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Publicado em Opinião