A Justiça deve ser cega, mas não é surda nem muda

Ontem, Rui Rio, um dos visados do “charivari” justicialista, com buscas envoltas em mediático aparato nunca cabalmente explicadas, vem, uma vez mais apresentar o seu mais vivo repúdio a esta actuação do MP com críticas contundentes à PGR. A qual, esfíngica e a elas imune, entende não ter explicações a dar a ninguém dos seus actos e dos actos dos magistrados que tem sob sua alçada...

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  • 13:04 | Sábado, 11 de Maio de 2024
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A 7 de Novembro de 2023, perante as invocadas suspeitas pelo Ministério Público no Processo Influencer, António Costa, primeiro-ministro de Portugal renunciou ao seu mandato que lhe houvera sido outorgado pelos portugueses, com uma maioria absoluta, caindo o XXIII Governo Constitucional.

Hoje, 7 meses e 4 dias depois, ainda ninguém sabe, para além dos responsáveis pelos insondáveis meandros do MP, qual a fundamentada acusação que recai sobre Costa. Nem ele próprio, o principal visado, entretanto posto a “cozer em lume brando”.

Vivemos num país onde a Democracia fez meio século, num estado de direito, mas… ao que eventualmente se conjectura, há um MP que manda mais que o povo votante, deitando abaixo pelas suas suspeições (fundamentadas ou infundamentadas?) governos legitimamente eleitos.

Ontem, Rui Rio, um dos visados do “charivari” justicialista, com buscas envoltas em mediático aparato nunca cabalmente explicadas, vem, uma vez mais apresentar o seu mais vivo repúdio a esta actuação do MP com críticas contundentes à PGR. A qual, esfíngica e a elas imune, entende não ter explicações a dar a ninguém dos seus actos e dos actos dos magistrados que tem sob sua alçada, num superior  desdém sobre todos quantos questionam a eficácia e justeza do seu agir, mesmo que esse agir, em derradeira análise tenha contribuído para o descrédito da Justiça na opinião pública corrente, Justiça em que todos acreditamos e que todos cremos em absoluto muito distante dos tribunais plenários de outrora, criados em 1945 pelo Estado Novo e extintos em 1974, que no site da Ordem dos Advogados, assim se caracterizavam: “Os Tribunais Plenários deram cobertura à arbitrariedade e à violência do Estado Novo, e deram “corpo àquilo a que alguém chamou o fascismo de toga”.


A Justiça apresenta-se na sua representação imagética vendada. Não para ser cega, sim para agir com isenção e imparcialidade. Mas nunca se apresentou nem muda nem surda…

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Publicado em Opinião