A INEFICIÊNCIA DO CONSULADO PORTUGUÊS EM ESTUGARDA
De acordo com os registos dos consulados divulgados pelo Observatório da Emigração, em 2014, o número de portugueses a viver e a trabalhar no estrangeiro aumentou em 101 mil, ultrapassando pela primeira vez a barreira das quatro milhões de pessoas. O Consulado Geral Português em Estugarda tem como áreas de jurisdição os Estados […]
De acordo com os registos dos consulados divulgados pelo Observatório da Emigração,
em 2014, o número de portugueses a viver e a trabalhar no estrangeiro aumentou em 101 mil, ultrapassando pela primeira vez a barreira das quatro milhões de pessoas.
O Consulado Geral Português em Estugarda tem como áreas de jurisdição os Estados de Baden-Württemberg, Baviera, Hessen, Renânia-Palatinado e Sarre. Uma área de influência geográfica e demograficamente considerável.
Os serviços prestados pelo Consulado de Estugarda nunca gozaram de boa fama, sendo recorrentes os relatos de excesso de burocracia e consequente falta de resposta atempada à multiplicidade de situações apresentadas pelos emigrantes radicados na Alemanha.
Os meus familiares, ao planearem viajar, no próximo ano, para o continente americano decidiram dirigir-se ao Consulado para requererem o imprescindível passaporte. Esperaram cinco horas para serem atendidos e solicitarem o documento. Cinco horas!
No período que mediou a chegada ao edifício, no número 20 da Königstrs., e o momento em que foram atendidos, foram sendo receptores dos desabafos das colaboradoras: “Isto está uma confusão. Está sempre uma confusão.”; “Agora vou almoçar, fica só a minha colega, já volto…”; “É de Stuttgart? Importa-se de voltar noutro dia?”…
Um serviço ineficiente que não dignifica Portugal e não respeita os cidadãos que a ele se deslocam para resolver os seus problemas. Perguntar a um casal, que estava há horas com um bebé ao colo, se poderia voltar outro dia porque reside na região de Estugarda é bem revelador da ligeireza e insensatez que grassam por ali. O senhor não esteve com meias medidas, perdeu as estribeiras, deu uso ao vernáculo e, entre um ou outro palavrão, atirou convictamente que não sairia dali sem tratar do assunto que o obrigara a gozar um dia de férias.
Uma situação inaceitável em pleno século XXI. Num país avançado, o motor da Europa, como é o caso da Alemanha, estas “mangas de alpaca” são de um anacronismo inenarrável e não prestigiam Portugal e os portugueses.
É mais do que tempo para se passar da teoria à prática e encetarem-se as diligências necessárias para modernizar estes serviços, capacitando-os para servirem bem quem deles necessitar. Os serviços consulares devem conectar os cidadãos portugueses ao país e não afastá-los em resultado das más práticas mais ou menos reiteradas.