A guerra

Sendo, agora, os maiores exportadores mundiais do gás natural, talvez estejam entretidos com os bem-vindos dividendos, pequenas "ninharias", que a guerra suja lhes oferece de bandeja, desviando as atenções de uma desenfreada inflação interna, que arrefece a economia doméstica.

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  • 20:58 | Segunda-feira, 07 de Março de 2022
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Porventura, há poucos meses, poucos arriscariam a previsão de uma guerra aberta entre a Rússia e a Ucrânia, e muitos menos que o conflito atingisse esta escalada.

As justificações russas para a invasão escandalizam, nos seus fundamentos históricos, e a resistência ucraniana surpreende, na capitulação que vai adiando.

Face à paralisia congénita da NATO e à diferença de poderio militar, humano, terrestre, marítimo e aéreo, entre os dois países beligerantes, não é difícil prever que, a curto prazo, a Rússia tomará, por completo, o país competidor, com a destruição de cidades e centros vitais. E perdas humanas, em ambos os lados.

Os dramas sociais e as consequências na economia mundial ganharão proporções catastróficas, sendo o petróleo e o gás apenas pormenores de uma panóplia de efeitos indesejáveis e duradouros, na vida das famílias e das empresas.


Tendo presente que a primeira vítima da guerra é a verdade, com a cascata de informações, desinformações e contra-informações, pergunto-me por onde andam, e o que fazem, os EUA, esses falsos paladinos da liberdade, tão longe os sinto deste diferendo bélico.

Sendo, agora, os maiores exportadores mundiais do gás natural, talvez estejam entretidos com os bem-vindos dividendos, pequenas “ninharias”, que a guerra suja lhes oferece de bandeja, desviando as atenções de uma desenfreada inflação interna, que arrefece a economia doméstica.

Num conflito, há sempre quem ganhe mais, se ficar de fora a dar conselhos.

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Publicado em Opinião