Para descrédito da classe há uns políticos de bastidores que supõem ser o mérito sinónimo de “amiguismo” e o “amiguismo” o summum bonum” das virtudes.
Como se não bastasse esta dislexia semântico-cognitiva, arrogam-se a competências decisórias e discricionárias para as quais, nunca, em circunstância alguma, deram provada prova de o fado para tal os ter dotado. Mais bizarra ainda é a capacidade ilusionista que crêem ter da invisibilidade, julgando-se protegidos por uma opacidade sombria, mas que mais não é senão frágil vidro translúcido por onde se esgueira, ambígua, a má verdade dos seus actos.
Eles andam por aí a fazer-se passar por pilares de verticalidade no aspecto, sendo nos actos tortos como a torre de Pisa, mas ignorando ainda que aos 90º iniciais já faltam mais de 45 e é crescente a sua aproximação, cada vez mais oblíqua, à primária horizontalidade.
Desmascarar tais criaturas é uma missão, um acto de utilidade pública e uma higienização social.
É gente desta que arrasta na lama pútrida, tomando-se o todo pela parte, muitos políticos de inegáveis qualidades e inquestionável seriedade. O povo é mais singelo quando conclui: “Paga o justo pelo pecador”. Mas pior mesmo é o pecador tomar-se por justo e fazer passar os justos por pecadores.
Eles andam por aí, a cozinhar as artimanhas costumeiras e a contaminar a coisa pública com o desmérito da incompetência.