Portugal é um Estado de Direito, um bem que os portugueses da minha geração só conheceram após o 25 de Abril de 1974.
Sabemos do lamentável episódio de envio para a embaixada russa de dados pessoais de activistas anti-Putin que se manifestaram, em Lisboa, contra regime de Vladimir Putin.
Não podemos deixar de repudiar os graves procedimentos dos serviços da Câmara de Lisboa. No próprio dia, Fernando Medina pediu desculpas, em nome da Câmara, e veio divulgar uma auditoria para apurar responsabilidades e acabar, de vez, com a prática herdada dos Governos Civis.
No meio disto surgiu um inusitado conjunto de ataques pessoais ao Presidente da Câmara. Não é assim que se preserva a democracia representativa e se assacam responsabilidades aos representantes. Estamos em clima de pré-campanha eleitoral, e isso talvez explique alguma efervescência, os ânimos estão mais exaltados e o sangue ferve nalgumas veias que pressentem que as coisas não estão a correr bem.
Os munícipes dentro de quatro meses saberão destrinçar o trigo do joio. Oito dias depois, aí está a prometida auditoria interna, com os resultados e atitudes consequentes.
(Foto DR)