A Europa não é para jovens
A chanceler alemã, Angela Merkel, há uns tempos atrás afirmou que Espanha e Portugal “têm demasiados licenciados e que hoje por isso têm de procurar uma formação profissional.” Na quinta-feira, na abertura do Fórum Digitising Europe, concluiu que “A Europa atualmente não é terra de futuro para os jovens”. Simultaneamente, aposta na “economia […]
A chanceler alemã, Angela Merkel, há uns tempos atrás afirmou que Espanha e Portugal “têm demasiados licenciados e que hoje por isso têm de procurar uma formação profissional.”
Na quinta-feira, na abertura do Fórum Digitising Europe, concluiu que “A Europa atualmente não é terra de futuro para os jovens”.
Simultaneamente, aposta na “economia digital como motor de crescimento da União Europeia e única capaz de gerar empregos”.
Não duvido que a “indústria 4.0” poderá alavancar a criação de novos empregos para os jovens, uma vez que as novas tecnologias e a digitalização suscitam novos desafios relacionados com a economia digital.
Seria interessante fazer estudos que nos permitissem verificar quantos empregos das indústrias “tradicionais” serão destruídos por cada novo emprego resultante da Agenda Digital Europeia.
Sugiro a leitura do livro de Lynda Gratton: A Mudança – O Futuro do Trabalho já Chegou.
O que temos como certo e alarmante é a emigração dos nossos jovens, a fuga de “cérebros” e a falta de expectativas de uma geração que, pela primeira vez em décadas, viverá pior do que a anterior.
Se entre nós a situação é grave, em Espanha é aterradora, um em cada dois jovens está desempregado. Se o presente é cinzento, o futuro parece ser apocalíptico, a não ser que se façam as malas e se procurem novas paragens…
Investimos na formação dos jovens e depois outros países aproveitam as competências adquiridas.
A “velha” Europa tem que ser capaz de encontrar o equilíbrio entre o desenvolvimento tecnológico e a criação de novos empregos e a manutenção de postos de trabalho mais “tradicionais”.