Há gente para quem qualquer momento é bom para aumentar os preços daquilo que vende. Porém, aumentar todas as segundas-feiras do mês o preço um produto, é coisa de bradar aos céus…
É o que acontece com os combustíveis, que não obstante estarem no “top prize” europeu – numa Europa onde, em geral, os salários duplicam os nossos – a gasolina e o gasóleo, de forma sonsa e sem alaridos, perante a indiferença geral do consumidor, sobe, sobe, sobe.
E se metade do custo de um litro corresponde aos impostos que o Estado glutão sorve, porque não haviam os comerciantes do sector de lhe seguir o exemplo e, paulatinamente, na factura, acrescentarem mais uns cêntimos ao já gordo lucro?
E depois há umas entidade reguladoras do sector, tipo ERSE e ENSE, etc., e uns senhores nédios e com ar sorridente e bem-disposto, que aparecem nas televisões a falar da inevitabilidade das subidas e que devemos dar-nos por muito contentes por o barril do petróleo não ter atingido “níveis históricos”…
Pois é.
Avançando, um título de jornal de 2012 referia: “Gasóleo já subiu 120% desde a liberalização”, o qual era seguido deste estudo feito pelo jornalista do periódico “Dinheiro Vivo”:
“Um exemplo: um condutor que, em janeiro de 2004, fizesse a viagem de ida-e-volta Lisboa/Algarve (total de 600 km) no seu carro a gasóleo (com um consumo médio de 7 litros aos 100km) gastaria 29,40 euros para abastecer os 42 litros necessários; hoje |2012| teria de desembolsar quase 65 euros. Com o dinheiro gasto há oito anos não chegaria sequer ao Algarve (só percorreria 271 km). Se o carro fosse a gasolina, para pôr os mesmos 42 litros de combustível seriam necessários hoje 73 euros, contra apenas 39,90 euros há oito anos. Em 2004 andava 600km; hoje, com o mesmo dinheiro só chegaria a percorrer 328 km.”
Quanto ao resto, caro leitor, a alternativa é ter o carro mais tempo parado e, aqueles que não o podem fazer, tendo que circular e que pagar cada vez mais caro o quilómetro, terão que poupar noutras despesas, prejudicando e agravando a economia nacional. Outras despesas, de outros produtos essenciais que também aumentarão, pois a seguir à subida dos combustíveis, vem a subida de todos os outros preços.
Quanto ao Estado, o comilão da mais grossa fatia, como não tem moral para “mandar parar” a subida, faz de contas que não sabe, não vê, não ouve…
(Foto DR)