Ninguém ignora os plurais casos que, na banca, têm sido virais sanguessugas do dinheiro dos contribuintes portugueses.
Os milhares de milhões que nos últimos anos têm recebido do Estado – logo dos contribuintes – davam para termos um país melhor, mais justo, mais equitativo, com melhores escolas, excelentes hospitais, rodovias seguras, menor dívida pública, etc.
Numa dualidade cínica, a banca é competente a pedir e relapsa a dar. E nem queríamos que desse o que não pode conceder. Apenas que fosse justa e menos ávida na colecta de lucros para se manter nédia e bem nutrida, enquanto a conjuntura político-económica lho permite. Permite? Aparentemente sim, sem nada a obstar ao cúpido festim.
Agindo como se fossem meros especuladores e portentosos agiotas, pagam os juros mais baixos da zona euro e cobram as taxas e juros mais elevados.
No fundo, um grande grémio corporativo, anuente e contente com a classe que usa os cifrões nos cachuchos e nas obesas barrigas ostenta o pão dos necessitados.
Em 2022 os lucros da banca aumentaram 70%. A CGD é a campeã com 843 milhões de euros, ou seja, mais 41% do que no ano transacto.
Crise? Sim, para o Zé Povinho que não tem dinheiro para chegar ao fim do mês, pagar o que come, os remédios que toma, a renda da casa… não para os nababos de sempre, hipocritamente prescientes de que, em derradeira instância, os governos, sejam eles quais forem, quando a maré for adversa, lhes resolverá todos as insolvências, perdoará as más gestões, apagará as fraudes e, uma vez mais, saqueará o bolso puído e vazio dos portugueses para lhes conceder as vitamínicas e vitais transfusões para a fanfa continuar.