A CMV já armou a barraca…

Aliás, o vereador Gouveia, numa explícita crítica ao antigo executivo de Fernando Ruas, revelou na altura à comunicação social que o mercado municipal “não foi bem concebido”, tendo acrescentado, “Nós fizemos tudo para que este mercado atual funcionasse. Fizemos campanhas, remodelações, um conjunto de situações que resultaram em parte, mas não são suficientes..."

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  • 11:31 | Segunda-feira, 04 de Abril de 2022
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O Mercado Municipal de Viseu, transformado em Mercado de Produtores, será temporariamente estacionado no espaço a jusante do “prédio da Segurança Social”, onde antes existia exactamente um parque de estacionamento, propriedade de privados.

Segundo foi oportunamente comunicado pelo então vice-presidente da autarquia , João Paulo Gouveia, que terá sido o impulsionador da ideia, esta deslocalização que utilizará durante “alguns anos” este espaço, é uma situação meramente provisória.

Com  custos de construção de 750 mil euros acrescidos da quantia paga de indemnização aos proprietários do parque de estacionamento, este espaço provisório acabará por orçar num montante que superará um milhão e meio de euros.


Ocupando cerca de 1300 m2 “durante 5 ou 6 anos”, tentará almejar a resposta que o anterior espaço nunca conseguiu dar. Aliás, o vereador Gouveia, numa explícita crítica ao antigo executivo de Fernando Ruas, revelou na altura à comunicação social que o mercado municipal “não foi bem concebido”, tendo acrescentado, “Nós fizemos tudo para que este mercado atual funcionasse. Fizemos campanhas, remodelações, um conjunto de situações que resultaram em parte, mas não são suficientes” e rematando que as estruturas amovíveis da actual obras poderão ser reutilizadas em escolas “daqui por quatro, cinco, seis anos” e que esta obra “não é apenas uma ideia desgarrada que surge do nada, há um fio condutor” que a liga ao programa Viseu Rural e à criação das incubadoras de empresas de base rural instaladas em todas as freguesias rurais de baixa densidade.

 

Este Programa Viseu Rural foi criado pelo executivo de Almeida Henriques e, segundo o site camarário “Constitui uma forte aposta nas potencialidades de desenvolvimento do mundo rural e do setor agroalimentar e florestal de Viseu, e nas capacidades de quantos nele trabalham, procurando responder às preocupações sentidas pelos seus agentes e, simultaneamente, aos reptos de melhoria da qualidade de vida nas freguesias rurais e nas aldeias.”

Mais acrescenta que, em “estreita articulação com a Vissaium XXI – Associação para o Desenvolvimento de Viseu, colocou em prática o programa “V21 Rural” entre setembro de 2020 e janeiro de 2021. Visa dotar empreendedores das ferramentas necessárias ao desenvolvimento dos seus projetos e negócios de base rural, em áreas como a produção agrícola, florestal, pecuária, agroindustrial e transformação.”

Começando com “As Incubadoras de Base Rural |que| são uma das apostas do Viseu Rural (…) que arrancou em São Pedro de France, surge com o objetivo de atrair, apoiar, capacitar e fixar empreendedores e ideias de negócio – especialmente de base rural -, nas freguesias, considerando o aproveitamento e potencialização do complexo agrícola e florestal do concelho. “

Também aqui ficámos a saber que este amplo programa de revitalização rural assenta nos seguintes eixos:

“VISEU RURAL: os seus eixos de ação
A par das Incubadoras de Base Rural, este programa municipal desenvolve a sua ação em cinco eixos estratégicos.

Ecopontos florestais: são espaços de depósito temporário dos sobrantes agrícolas e florestais, para usufruto da comunidade. Atualmente, estão dois em funcionamento, nas freguesias de Bodiosa e Barreiros e Cepões. Ao proporcionar estes espaços, o objetivo é procurar erradicar as queimas e queimadas, contribuindo para a prevenção de incêndios no meio rural. Os resíduos são valorizados, numa ótica de economia circular, uma vez que são vendidos à Central de Biomassa de Viseu, para produção de energia.
Mercados de produtores: são mercados locais, de proximidade, realizados nas várias freguesias do concelho, nos quais a comunidade promove a compra e venda dos seus produtos agrícolas e hortícolas. Outros produtos endógenos, do artesanato à doçaria, são também valorizados nestas feiras e mercados.
Hortas comunitárias e pedagógicas: são espaços criados para a prática de horticultura, aos quais os munícipes se podem candidatar e cultivar os seus produtos, constituindo estas também um complemento ao orçamento familiar. É um projeto que visa a manutenção e qualidade ambiental da área verde na qual se insere, para além de estimular a prática de uma agricultura biológica, ou seja, ambientalmente mais sustentável. Atualmente, este projeto decorre na área afeta à Quinta da Cruz (dispõe de 30 talhões).
Bosques Intergeracionais: criação ou reflorestação de áreas florestais em freguesias de baixa densidade e com uma maior área florestal. Com este projeto pretende-se instalar, ordenadamente, espécies vegetais autóctones, por forma a acrescentar valor económico aos territórios e projetar referências ambientalmente sustentáveis.
Trilho turístico do Rio Vouga: criação de um trilho turístico do Rio Vouga, com vista à promoção e valorização deste importante curso de água que nasce no distrito de Viseu, na Serra da Lapa, e que, a nível do concelho de Viseu, percorre os concelhos de Ribafeita, Calde, Barreiros e Cepões e Côta.

Ao mesmo tempo, ao investir neste projeto, pretende-se ainda a valorização natural, patrimonial, territorial e humana destes territórios, classificados como de baixa densidade. Ao longo deste trilho, prevê-se a criação de troços em passadiços e outros caminhos e pontes pedonais, que permitam atravessar o território, mas também locais estratégicos de lazer, como miradouros, ou outros de apoio aos visitantes, nomeadamente lugares de estacionamento, instalações sanitárias e parques de merenda (no caso destes dois últimos aproveitando até edifícios atualmente sem uso pela comunidade, como escolas primárias encerradas, por exemplo). “

Pelo elencado e decerto que já concretizado em todos os seus eixos, estamos perante um projecto de sucesso capaz, nas suas plurais vertentes de potenciar e revitalizar todo o espaço rural do concelho, sendo portador de prosperidade e riqueza para os os agricultores e produtores do território.

 

Aqui se deixa a planta inicial e final do Mercado de Produtores, que e por agora não se assemelha muito ao já edificado e mostrado na fotografia de abertura, feita hoje.

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Publicado em Opinião