Os órgãos de soberania do nosso país tiveram a escolha acertada de passar o dia 10 de Junho, dia de Portugal, junto da enorme comunidade portuguesa na África do Sul constituída na sua maioria por muitos lusitanos de origem madeirense.
As principais medidas que terão que ser tomadas para aproximar as Comunidades Portuguesas a Portugal prende-se com a realização de uma restruturação consular que crie estruturas informais e desburocratizadas que conheçam quem são e o que fazem os portugueses no estrangeiro.
O papel clássico do diplomata da “festa do croquete” constantemente fechado da sua embaixada ou consulado terá que ser substituído por um novo papel desempenhado pelos diplomatas de proximidade, perto das preocupações dos portugueses.
A luta pelos interesses de Portugal em cada país terá que ser diferenciada de país para país e a passagem dos diplomatas pelos postos não pode ser feita da forma como agora se faz, somente na perspectiva de cada diplomata vir, um dia a desempenhar funções num gabinete político do governo ou num instituto público…
O trabalho do ministério dos negócios estrangeiros juntamente com o ministério da economia tem de ser efetivo e real. A mentalidade de muitos embaixadores e cônsules, de somente cumprir calendário em países tem de mudar, O desperdício deste tempo devia ser aplicado ajudando as empresas portuguesas a florescer….É um pensamento que deveria estar constantemente nas suas prioridades diplomáticas…
Há mais de 15 anos, fecharam-se, modificaram-se e criaram-se consulados portugueses em diferentes pontos do planeta. Porém todos os postos perante os poucos recursos existentes continuaram a cumprir eficazmente a sua função de presença apesar das debilidades de mentalidades que mencionei.
A rede consular tal como ela se encontra nos dias de hoje, carece de uma reformulação da localização dos postos, carece de uma análise aos assessores de embaixada ainda fantasticamente bem pagos ao fim destes anos e carece ainda de uma contenção relativamente ao orçamento que cada representação gasta. A mudança do “estatuto” de cada posto consular é também necessária, nunca descurando a importância e os interesses do Estado português em cada capital estrangeira.
A oposição a este Governo terá também de ter esta perspectiva e deixar de insistir em restringir a sua argumentação política com décadas, confinada às filas de atendimento no consulado X ou Y; não que elas não sejam importantes de ser resolvidas mas porque existem causas maiores que o Governo e a oposição deverão de estar empenhados para melhorar a nossa economia cativando investimentos e de forma igual apoiando os portugueses que se encontram numa situação de fragilidade laboral, social e económica.