É o avaliado montante da dívida de Isabel dos Santos a treze instituições bancárias portuguesas. Destas, três têm a seu cargo mais de metade desses financiamentos.
Sobre a Efacec, onde a empresária angolana (ou soviética) detêm 67,2% de participação, com financiamento da CGD, Montepio, BCP, BPI e Novo Banco, tem havido manifestação de interesse na aquisição dessa participação por parte de alguns dos citados bancos. Se calhar, a ver se não perdem tudo…
O mais estranho, ou não, é ser ou ter sido Isabel dos Santos detentora de 42,5% do capital do banco BIC e ter os empréstimos noutras entidades bancárias. Engenharias?
Entretanto, as contas pessoais dela e do marido, Sindika Dokolo, foram alvo de arresto por parte da Justiça angolana, assim como as participações nas seguintes empresas:
Banco Bic, na qual Isabel dos Santos detém 25% do capital (através da empresa SAR – Sociedade de Participações Financeiras), mais 17,5% (por intermédio da empresa Finisantoro Holding Limited de direito maltês).
Unitel, empresária detém 25% através da empresa Vidatel, Limited. A Unitel tem uma participação no capital da Zopt, empresa que resulta da parceria em Portugal com a Sonaecom e que controla a Nos.
Banco BFA, com uma participação social de 51% das por intermédio da Unitel.
Finstar, Sociedade de Investimentos e Participações – os requeridos são beneficiários últimos de 100% das participações sociais.
ZAP Media, com 99,9% de participação de Isabel dos Santos, através da empresa Finstar. A empresa é detida em 30% pela NOS e em 70% pela Socip (100% controlada por Isabel dos Santos)
Comangola II SA, Ciminvest – Isabel dos Santos e Sindika Dokolo são beneficiários últimos.
Condis – Sociedade de Distribuição Angola SA, em que Isabel dos Santos detém 90% do capital e Sindika Dokolo 7%.
Continente Angola – empresa em que Isabel dos Santos é beneficiária última.
Sodiba – Sociedade de Distribuição de Bebidas de Angola, e Sodiba Participações: a empresária angolana é igualmente beneficiária última.
Sobre todo este desencadear de acções, na sequência das revelações trazidas a lume através dos “Luanda Leaks”, Isabel dos Santos, que se diz alvo de uma vendetta e perseguição política pelo actual presidente de Angola, João Lourenço, deixou a pairar a ameaça:
“Angola escolheu um caminho em que todos vão ficar a perder”.
Se vão ficar todos ou não a perder, o tempo o dirá. Perdida nas mãos de alguns estaria a fabulosa fortuna de biliões de euros. Perdidos poderão estar grande parte destes 570 milhões à banca portuguesa. Perdidos e a pagar por todos os portugueses, como vem sendo sistemático hábito.
Afinal, Portugal, que tão preocupado andava com os dinheiros de Angola, parece não ter sido capaz de acautelar os dinheiros portugueses.
Que dizem sobre a matéria, o BdP, a CMVM?