A Itália organiza-se para aplicar a bazuca europeia

Por cá, ainda se sabe pouco sobre como vai ser aplicado o dinheiro europeu, quem vai liderar a sua aplicação: apenas políticos ou políticos com a ajuda de técnicos reputados? Quem fiscalizará a aplicação desse dinheiro? Quais as prioridades de investimento? Hospitais, escolas, ferrovia... pequena economia e comércio, atração de pessoas para o interior com projectos de vida exequíveis?

  • 14:32 | Sábado, 13 de Fevereiro de 2021
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Se a saúde aposta cada vez mais numa vacinação em massa para atingir a imunidade de grupo, a economia carece, como nunca, da prometida bazuca financeira.

O regresso “à antiga e boa normalidade” depende do sucesso conjugado destes dois fatores. Antevendo, com antecedência, a importância da bazuca europeia na recuperação económica, a Itália organizou-se politicamente com antecedência.

O Presidente Sergio Mattarella convidou Mário Draghi, recém-saído do Banco Central Europeu, para formar governo. Contra os populismos que teimavam em romper, o Presidente Mattarella contrapõe o rigor, a competência e o prestígio nacional, europeu e mundial de Draghi.


A Itália tem semelhanças com Portugal, uma vez que também é com frequência abalada por escândalos de corrupção com forte impacto. No entanto, há uma vontade comum em mudar de vida, por isso, Draghi foi convocado para liderar um governo em que técnicos de elevado prestígio profissional e políticos dividem o poder.

A Itália tem plena consciência de que os fundos provenientes da bazuca têm de ser bem aplicados, pois, trata-se de uma oportunidade única para relançar o desenvolvimento económico italiano.

Por cá, ainda se sabe pouco sobre como vai ser aplicado o dinheiro europeu, quem vai liderar a sua aplicação: apenas políticos ou políticos com a ajuda de técnicos reputados? Quem fiscalizará a aplicação desse dinheiro? Quais as prioridades de investimento? Hospitais, escolas, ferrovia… pequena economia e comércio, atração de pessoas para o interior com projectos de vida exequíveis?

É toda uma série de incertezas que importa clarificar, tal como a Itália percebeu antecipadamente, era bom que o Presidente da República e o Governo percebessem que esta bazuca é uma derradeira oportunidade para encurtarmos a distância para os países europeus mais desenvolvidos.

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Publicado em Opinião