Hoje comemoram-se os 47 anos do 25 de Abril de 1974 (com todos os defeitos que possa ter tido e dos desvios que possa ter originado ou ter sido incapaz de combater) e relembremos que só para o ano a Revolução dos Cravos atingirá (?) a mesma idade que durou o regime fascista.
Os que teimam em suavizar e/ou idolatrar o “antigo” regime saberão de cor que foram 48 aninhos de “uma longa noite”. Também por isso é natural que muitas das conquistas a que se propunham os revolucionários tenham ficado pelo caminho. Dos donos disto tudo durante 48 anos, muitos houve que continuaram, subrepticiamente primeiro e mais às claras depois, a manobrar e usar os seus habituais estratagemas para promover o elitismo e aprofundar o fosso entre ricos e pobres, seja na capacidade económica, no acesso à Justiça, à educação, etc..
Abril cumpriu-se na liberdade mas, por vezes, não deixa de ser claro que o nosso direito a dizer o que pensamos é olimpicamente ignorado (ou cinicamente punido) por quem o devia escutar atentamente. Quando assim é o que temos é uma liberdade fútil.
É por isso importantíssimo, se não quisermos que os modelos de um regime que nos toldou meio século regressem em pleno, continuar a lutar e a valorizar valores que queremos implementados, não dando o flanco a vendedores da banha da cobra que mais não querem do que cercear liberdades e aprofundar as desigualdades que não fomos (todos que isto da política é uma virtude e um defeito que a todos cabe) capazes de implementar.
Viva o 25 de Abril.