A zona baixa de Lisboa é um lugar de grande procura para os nossos turistas comprarem casa, como é o caso da Madonna, que adquiriu o Palácio Ramalhete, tão ligado a “Os Maias”, de Eça de Queirós, na Rua das Janelas Verdes.
Como em qualquer zona histórica, os estacionamentos são parcos, por falta deles e por excesso de procura.
Madonna não tinha estacionamento para os seus carros; solução Fernando Medina, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa: arrendou-lhe um terreno perto da rua onde passa a morar a cantora, nas traseiras do Palácio Pombal, por 720 euros mensais. Um estacionamento com vista da janela do seu palácio e com espaço para 15 carros.
Nos últimos anos, foram realizadas várias obras que ligam o centro da cidade à periferia. Como é o caso na Avenida da República que liga à Avenida Pereira Fontes de Melo, e sendo o objetivo incentivar os Lisboetas a usarem mais os transportes públicos, metro, carris e comboio, alargaram-se os passeios com ciclovias para as bicicletas alugadas da Emel e estreitaram-se vias de circulação de automóveis.
Tudo isto daria um bom resultado e estas medidas seriam bem-sucedidas pela possibilidade da diminuição do uso dos automóveis se as linhas de transportes públicos não passassem às vezes de hora a hora, agravado por serem ainda linhas territorialmente pouco abrangentes.
Para os que trabalham nas zonas do centro e baixa de Lisboa, aqueles que fazem umas compras nos armazéns do Chiado, ou mesmo os que com o calor procuram um gelado do Santini, não há lugar para estacionar um Smart. Como opção temos parques de estacionamento privado subterrâneo, a 10 €/hora, o que serve na perfeição, enquanto Madonna, por 15 carros, vai pagar 2€10 por cada um e por um dia de 24 horas… É fantástico!
A Madonna até pode ser uma plataforma de marketing em Portugal, pode até atrair outras personalidades mediáticas para viverem no nosso país, e é claro que, deste modo, sempre entrará mais dinheiro. Porém, não vale aceder a todos os caprichos, ou vale? Eu sei que não somos todos iguais; que não temos todos o mesmo poder e facilidade, mas uma política de individualização e de favorecimentos de minorias privadas não deixa de ser enervante/frustrante…
Como se costuma dizer: “isto não é para quem quer, mas sim para quem pode.” E quem pode… pode! O vulgo, a maioria dos lisboetas que pagam todos juntos os impostos para manter o município e seus autarcas, esses… que afinem as cordas vocais e vão cantar para a outra margem. E é se querem!
(Fotos DR)