Portugal estava ontem com 243 009 caso de Covid 19 e com um aumento diário de 6 994 casos e 3 701 mortes confirmadas, das quais, 69 no dia 19 do corrente.
O pico do surto não chegou ainda e as perspectivas, muito negativas, preveem um aumento exponencial de vítimas até meados de Dezembro.
Chegará o 2021. O que nos trará é uma incógnita com a tónica posta nas miraculosas vacinas. Qual a sua eficácia e qual a quantidade que Portugal disporá? 10 280 000?
De certo e pessoalmente, apenas sei estar há meses inscrito na farmácia de onde gasto para uma simples vacina da gripe e ela não chegar.” Não há”, diz-me a a farmacêutica contrita…
A região Norte de Portugal com 91 212 casos é um território alarmante à escala europeia. Segue-se-lhe a Região de Lisboa com 70 751 casos.
Os hospitais estão em ruptura ou à beira dela. A breve termo, neles, os médicos serão postos perante a angústia de decidir quem vive ou morre, por falta de recursos, materiais e humanos para salvar e acudir a todos.
O país agita-se com protestos contra o confinamento. O sector da restauração encabeça-os. É legítima a preocupação destes profissionais. Mas qual a contrapartida exequível? Portas abertas? Subsídios estatais? E os outros sectores da economia?
Os idosos, nos lares, ipss’s, misericórdias, deixam-nos com uma pesada angústia perante as ocorrências que todos os dias os vitimam, indefesos, frágeis, e se lúcidos, a viver o horror da morte mais próxima e deste modo inesperado.
As autoridades de saúde locais, num silêncio pesado, cingem-se a frases feitas como “a situação é preocupante”. E que tal se comunicassem algo que os utentes ignorassem e lhes fosse proveitoso, nomeadamente acerca das “démarches” activadas e da acção concreta no terreno?
Temos um responsável da Saúde pública cujo nome assim como os actos raros conhecem e quase todos ignoram. Quanto ao autarca local, se em tudo é um “flop”, dele nada se esperaria, neste contexto e no apoio real aos seus 99 274 habitantes (Censos 2011) espalhados pelas 25 freguesias do concelho.
Fica-nos a crua percepção de que estamos entregues a nós mesmos e de que, perante o crescimento exponencial dos números da “peste”, só nos resta tornarmo-nos cautíssimos e voluntários reclusos, em fuga da temível realidade circundante. Até quando?