Se nos lembrarmos que este soneto terá sido escrito por Luís de Camões por volta de 1560… constatamos que, apesar de toda a evolução tecnológica, os anseios e padecimentos humanos se mantêm sensivelmente inalterados.
Em Viseu, parece ter passado a era das chaves de ouro aos ministros, primeiros ministros e presidentes de países africanos, de Moçambique à Guiné, passando pela Costa do Marfim et all, pois de momento, os ventos não sopram favoráveis ao políticos oriundos desse vasto e rico continente, por mor das suspeições sobre cleptocracia, lavagem de dinheiro, corrupção e sei lá mais o quê, que os maledicentes vão inventar.
Enfim, se um continente está de quarentena, Viseu, na sua contínua internacionalização e busca de novos mercados até e para as tecnologias que vai criando, como por exemplo os tomis, entre provavelmente centenas de outras, abriu as portas ao continente americano, mais concretamente sul-americano.
E então, vistosa companhia de galhardos diplomatas aterram em terras de Viriato para se deslumbrarem com quanto de bom por cá existe e para, pensamos, poderem levar consigo, para a longínqua diáspora, tudo quanto por aqui se inventa.
A começar pela Agência para o Desenvolvimento de Viseu, Vissaium XXI, urgentemente necessitada de 4,9 milhões de euros para arrancar, como também outrora arrancou a Lusitânia, Associação de Desenvolvimento Regional, curiosamente com alguns parceiros comuns e, efémera, no éter se diluiu com o misterioso evaporar de muitos milhões de euros, fenómeno volátil que até hoje ninguém conseguiu explicar. Só extinguir. E foi na AIRV que essa extinção ocorreu, se bem me lembro.
Chile, Colômbia, Cuba, México, Panamá, Paraguai e Uruguai são países sequiosos de novas tecnologias e modernidade, de tornarem as suas urbes em fulgurantes smart cities, de investirem os milhões que por lá terão a criar mofo. Por isso, são sempre muito benvindos a Viseu e, provavelmente, após tudo constatarem e ponderarem, encontrarão uma cidade amiga para estabelecer grandes parcerias de cooperação, colaboração, entre-ajuda e trocas de potenciais mais-valias, etc.
Ficam em falta 4 continentes: Europa, Ásia, Antártida e Oceania.
Se a Europa anda cansada de prodigalizar milhares de milhões (vidé por exemplo o QREN), se a China está a braços com as suas viroses, a Oceânia sem mãos a medir com seus incêndios, fica para a próxima a Antártida que, ao que sabemos, possui 29 bases científicas de outros tantos países, estando Portugal em falta. Na terra do revigorante gelo, boa oportunidade para um futuro próximo, … pois, “a esperança é a última a morrer”.