Esta semana o JN publicou um extenso artigo sobre a ALS Controlvet administrada por João Cotta, o negócio firmado com o CHTV no valor de aproximadamente meio milhão de euros, a presença pelo meio do ex-sócio de Cotta no Jornal do Centro, João Paulo Rebelo e etc. e tal.
Assim titulava o JN a notícia: “Empresa ganha contrato de meio milhão após oferecer testes à covid-19”.
De seguida veio a plataforma Observador referir que “Empresa ganha contrato e meio milhão depois de oferecer testes grátis à Covid 19”. Em quase simultâneo volta à carga o Expresso com o artigo “Centro Hospitalar Viseu-Tondela celebra protocolo gratuito com empresa e dois meses depois adjudica contrato de 470 mil euros”.
De comum nas notícias destes três prestigiados órgãos de comunicação social nacional, uma invocada e possível ambiguidade comportamental das partes envolvidas, num negócio de oportunidade (não seríamos capazes de escrever oportunismo) onde ninguém ficou muito aprumado no retrato.
Numa situação de excepcionalidade pela gravidade do momento vivido, com a legislação em vigor alterada e a permitir facilitismos e ajustes directos a torto e a esmo, com alegados favorecimentos a encontrarem calçadeiras nas boas intenções (de que o inferno está cheio!), surge um empresário, presidente da AIRV, Associação Empresarial da Região de Viseu e CEO da ALS Controlvet, decerto prenhe de boas intenções, asinho vindo à liça oferecer testes gratuitos Covid 19 por meio ano, evidenciar com parangonas uma conjectural preocupação humanista, assinar o contrato com o CHTV e, dois meses após, meio milhão garantido, pôr termo à gratuitidade ora servida como “amuse bouche” deste aliciante negócio.
Os envolvidos serão todos indivíduos seriíssimos e jamais seria lícito invocar cupidez, alarvidade negocial, sofreguidão, oportunismo circunstancial ou falta de escrúpulos no cruel contexto em epígrafe.
Só que às vezes e pela possível recorrência de algum modus operandi, poderá eventualmente acontecer que alguma alma mais incrédula comece a pôr em causa (claro está que injustamente) tanta e tão boa intenção, tal filantropia no agir e fraternidade no actuar.
Viseu. Empresa ganha contrato de meio milhão depois de oferecer testes grátis à Covid-19