Desde que o PS de António Costa, conjuntamente com o PCP, o PEV e o BE fizeram uma coligação de esquerda para “tirar” o governo a Passos Coelho, em Outubro de 2015, a palavra geringonça entrou para o léxico comum afastando-se da sua etimologia para passar a significar “solução governativa que resulta de um ou mais acordos parlamentares entre dois ou mais partidos políticos e de que pode não fazer parte o partido mais votado nas eleições.”
No fundo, a remeter para o seu significado inicial: “coisa ou construção improvisada ou com pouca solidez.”
O precedente foi aberto e funcionou durante a XIII Legislatura, iniciada em de Outubro de 2015, tendo Passos Coelho sido ainda primeiro-ministro menos de um mês, de 30/10 a 26/11 desse ano.
Esta foi a 1ª geringonça.
Esta foi a 2ª geringonça.
Rui Rio, na avidez de ganhar o poder nos Açores, ao aliar-se ao Chega e ao não repudiar possíveis e futuras alianças no continente, mostrou o que é e ao que vem. Com a gravidade de arrastar para a lama um partido democrático histórico e fundamental no espectro político partidário nacional, virando as costas aos princípios basilares preconizados pelos fundadores do então PPD, Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota.
Por mais explicações enrodilhadas em demagogia populista (aprendeu depressa…) com que Rio se tente explicar para justificar esta desnaturada aliança, cada vez que sobre o assunto fala mais se esbardalha, jorrando à sarjeta, desdenhoso e arrogante, o capital de respeito que até aqui houvera granjeado e que os democratas lhe reconheciam.
(Foto DR)