Talvez tenhamos tendência em ver um chefe de Estado como um ente dotado de superiores qualidades e invejáveis competências;
Talvez essa imagem nos tenha sido criada e nos persiga desde há décadas e esteja hoje completamente anacronizada face aos tempos actuais, seus modismos e exigências;
Talvez entrevíssemos um chefe de Estado como a referência que a todos nós e à Nação representava;
Talvez o víssemos como um cidadão muito acima da média e que ascendia ao supremo estatuto pela sua inteligência, princípios e honradez.
Até a ignorância de assuntos basilares é hoje um atributo cimentado e, potenciado com a competência nata para a ardilosa e infame mentira, um “skill” precioso.
Ontem, na Casa Branca, Donald Trump, o paradigma do bárbaro ignorante bem-sucedido, já não surpreendeu ninguém ao falar da gripe espanhola, que segundo ele surgiu em 1917 e matou dezenas de milhões de pessoas, tendo acabado com a II Guerra Mundial (1939-45), pois todos os soldados estavam doentes e enfraquecidos. Ufa!
Representará este títere o comum cidadão norte-americano? Se a resposta for afirmativa estamos perante um perigo público e uma seriíssima ameaça à escala global, pois nada é mais arriscado e incerto do que a larvar ignorância colocada no comando de um povo.