Uma semana depois de reunir apressadamente com Passos Coelho, Cavaco vai reunir com Costa, hoje às 16H00, que antes disso reuniu com Catarina às 11H00 (reunião “muito interessante Costa dixit) e com o PAN às 14H30.
Logo a seguir a essa reunião da semana passada, apressadamente, Coelho reúne com Portas para assinarem um acordo de governo PàF.
Entretanto, apressadamente, Costa reuniu com Jerónimo que se disse pronto a viabilizar um governo de esquerda. Reuniu com Apolónia que achou “útil” o encontro.
Reuniu com o PàF — que se habituou à mama de andar à boleia em programas e quejandos e que, pelos vistos, persistindo na peregrina e bem-sucedida ideia — nada tinha a dizer sobre a matéria da reunião esperando de Costa a iniciativa ou o pedido de lhes viabilizar o acordo Coelho/Portas. Estranho “bailinho” este…
Entretanto, calmamente, Cavaco quer – finalmente – reunir com Costa e, pausadamente o PàF quer re-reunir com Costa. (Costa virou moda!).
A meu ver já são reuniões a mais… Dentro do PS também há reuniões apressadas e tumultuosas. Há quem tema muito os comunistas – que comem as criancinhas com corn flakes, ao pequeno almoço – e faça a apologia da grande e santa aliança com a direita. Será essa a matriz ideológica do PS? O que estão a fazer no PS esses militantes de direita? Enganaram-se no número da porta? E Seguro, com a sua cota de interna de 30% de dissidentes, a mandar os moços de recados, apressadamente, sublevar as hostes, quer o quê?
Uma salsada que traz a direita muita desassossegada e os direitistas de esquerda (?) muito agastados.
Se as grandes linhas fracturantes existentes no seio do PCP e BE, concernentemente à Europa, NATO et all forem superadas e sobre elas for encontrado um justo consenso nihil obstat à formação de uma coligação coesa (coerente ou não se verá), persistente e determinada em pôr um fim à desastrosa política do PàF praticada nestes últimos quatro anos.
O resto… bom o resto são as jogadas politiqueiras, oportunas e discutíveis de uma coligação que ganhou as eleições mas é minoritária, tendo como esteio adjuvante o presidente da República, mas faltando-lhe os 52,26% que os portugueses deram ao PS, ao PCP, ao BE, ao PAN…
Relembremos: o PàF + PSD (que não concorreu coligado), obteve 36,83%+1,51% = 38,34% que dão 99+5 deputados = 104.
O PS teve 32,38%. O BE 10,22%, o PCP/V 8,27, o PAN 1,39% = 52,26%, o que se traduz em 122 assentos parlamentares.
Se Costa encostar à direita perde toda a credibilidade que ainda tem e não pode desperdiçar. Se encostar à esquerda – de onde afinal o PS nunca deveria ter saído – tem muitas hipóteses (se bem que bastante arriscadas) de se tornar uma referência inovadora e sem vida política breve à sua frente.