Sérgio Monteiro: a fulgurante estrela financeira de Mangualde
Apenas um dos contratos swap, assinado por Sérgio Monteiro enquanto representante à altura de um consórcio privado, gerou perdas de 152 milhões de euros, pagas pelos contribuintes portugueses. Mas houve mais…
Sérgio Monteiro é um “jovem” de Mangualde que nasceu com o 25 de Abril e com o _ _ virado para a lua.
Gestor de profissão, PSD por ideologia, tem no CV várias Parcerias Público Privadas e, enquanto secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações (2011/2015), foi responsável pelas maiores privatizações que o PàF levou a efeito, tais como a ANA, TAP, CTT, etc.
Apenas um dos contratos swap, assinado por Sérgio Monteiro enquanto representante à altura de um consórcio privado, gerou perdas de 152 milhões de euros, pagas pelos contribuintes portugueses. Mas houve mais…
Entretanto, o Banco de Portugal capitaneado pelo perpétuo Carlos Costa contratou Sérgio Monteiro e os seus serviços de consultoria por 460 mil euros, o qual fez um tão bom trabalho que viu renovado o contrato por mais seis meses, ou seja, um total de 18 meses, o que dá, grosso modo, um “aconchego” de 25,4 mil euros/mês para a função de “coordenação do projeto de finalização do processo de resolução do Banco Espírito Santo e consequente alienação da participação acionista do Fundo de Resolução no Novo Banco“.
Mas além deste “amuse bouche”, Sérgio Monteiro, o mangualdense do PSD, mantém-se ligado ao Grupo CGD, o banco público que foi agora recapitalizado.
A venda do Novo Banco ao Lone Star Funds está a gerar muita polémica até e porque o “capitão desta nau”, John Grayken é considerado na alta finança como “um oportunista que fez fortuna a partir dos erros alheios.”
Entretanto, pairam dúvidas sobre a actuação de Sérgio Monteiro e Carlos Costa neste negócio e o PS, para quem a venda tem muita complexidade, exige uma audição imediata dos dois negociadores na comissão parlamentar do Orçamento e Finanças. Carlos César vai mais longe e afirma que se “deve conhecer com detalhe todos os aspectos preparatórios e contratados desta operação.”
Por sua vez, Ricardo Salgado considera esta venda “uma desgraça” e afirmou que o banco a que presidiu foi “destruído” pelo governo de Passos Coelho e pelo BdP em conjugação com as directrizes da Comissão Europeia, metendo no “saco de culpas” o angolano Álvaro Sobrinho e o empresário Hélder Bataglia que, segundo Salgado, estão “multimilionários”, acrescentando ainda que houve uma “fuga monumental de depósitos” e que num ano, o Novo Banco perdeu 21% dos depósitos, 27% dos créditos e 46% das receitas de serviços.
Segundo investigadores suíços, o banqueiro angolano e sua família ter-se-iam apropriado de 470 milhões de euros.
Em suma de toda esta salsada, a banca aparece quase como Ali-Babá, e os seus serventuários, directos ou indirectos, como os “40 ladrões”, agora, num processo de comadres zangadas, a chamarem-se umas às outras os piores nomes e a tentarem empurrar com a barriga as culpas de um lado para o outro.
De certo apenas temos que o contribuinte português, em todos estes inúmeros descalabros bancários, já levou às espaldas com uma bordoada de aproximadamente 15 biliões de euros e que, com a desgraça de milhões de portugueses, há um escasso punhado de gestores/administradores e negociadores a locupletarem-se com muitos, muitos, muitos milhares…