O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, acaba de nomear Américo Nunes, o seu vereador durante mais de duas dezenas de anos, para chefiar o recém-criado Gabinete da Cidade.
Vai gerir os fundos comunitários, entre outros importantes conteúdos funcionais e, de modo algum, se põe em causa a competência para o fazer.
Contudo…
Ruas ao ir buscar fora um elemento de sua confiança pessoal, parece demonstrar não ter confiança no seu staff técnico.
Ruas, se tanto o queria junto de si, deveria tê-lo levado na lista candidata à autarquia sob o signo da “CONFIANÇA” , mas talvez não tenha tido poder para o fazer ou então, mais realisticamente, levou um não de Américo Nunes.
Porém, a ser assim, uma questão se coloca: Se Américo Nunes recusou então porque aceitou agora? Por já estar a par desta “entente cordiale“?
Se Américo Nunes tivesse aceitado integrar as listas para as autárquicas, teria toda a legitimidade para cooptar este “gabinete”. Assim, conjecturalmente e de forma imerecida, aceitou o epíteto de “boy” de Ruas.
Por conhecermos o mérito, a dedicação e a capacidade de trabalho do ex-vereador mais estranhamos tê-lo Ruas sujeitado a esta escusada exposição, à qual, em boa verdade se diga, Américo Nunes não virou costas.
A questão que agora emerge e ao perceber-se que Ruas parece estar a colocar os “seus homens” à média de um por semana, é esta: afinal o que é que o distingue daqueles que critica?
Dentro da estrutura funcional da autarquia, não conseguiu Ruas encontrar quem tivesse competência para o desempenho desta relevante função de coordenação? Na singularidade de um colaborador ou no colectivo de um gabinete técnico? Damos a palavra aos factos, que parece falarem por si…
No fundo, Ruas, parece fechado no seu passado, decorrido entre 1989 e 2013, nesses 24 anos dos quais julgávamos ter saído “back to the future”.
(Foto DR)