Sem o Chega, “O dr. Rui Rio nunca será primeiro-ministro de Portugal”, vaticina André Ventura

Curioso é o facto de agora, em todas as intervenções, Ventura trazer à colação, Rui Rio e o PSD, como se, de repente e após a aliança insular, Rio se tornasse a isotopia ou imagem obsidiante de Ventura.

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  • 13:33 | Domingo, 06 de Dezembro de 2020
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O Poder a todo o custo 1

Um indulto é uma remissão total ou parcial de uma pena, um perdão, uma absolvição.

É o que Trump, afanosamente e num direito que lhe é constitucionalmente outorgado, anda a conceder aos seus amigos, vá-se lá saber porquê.


Se buscam perdão, por algum motivo será, por algum crime cometido, ilegalidade, prevaricação. Até há quem afirme que os está a vender, aos indultos, a troco de milhões e como paga a amigos criminosos que apoiaram monetariamente a sua candidatura. Ou para acautelar o futuro do filho e genro.

Alguns destes norte-americanos do clã republicano têm cada uma…

Entretanto, Trump agarra-se como um náufrago a todas as jangadas possíveis para se manter como inquilino da Casa Branca, com o legítimo Biden à porta para entrar.

Trump tentará imitar os “perpétuos” colegas da Rússia e da Coreia do Norte, lutando pela permanência num cargo que os eleitores já lhe tiraram com a sua arma, que em democracia ainda dispara: o voto.

Insólito e triste espectáculo dado ao mundo a provar inequivocamente que pelo Poder qualquer político vende a alma ao diabo.

 

O Poder a todo o custo 2

Também aqui, não de saída, pois nunca entrou, mas tudo fazendo para entrar, Rui Rio, desde os Açores e após consulta a todas as distritais (o que nele é inédito…) estará pronto para acreditar nas palavras de Ventura, que futuriza tornar-se a maior força política de direita, como declara em entrevista ao Público e à RR: “O Chega tem o objetivo de ser a maior força política à direita na próxima legislatura. Nunca escondi isso ao PSD, nunca escondi isso ao dr. Rui Rio“, para mais adiante deixar o aviso a pairar, quase em jeito de ameaça: “A nível nacional ouvi o dr. Rui Rio dizer: comigo o Chega não entrará no Governo. Então, se o Chega não entrará no Governo do dr. Rui Rio – eu quero dizer isto aqui, deixar muito claro – o dr. Rui Rio nunca será primeiro-ministro de Portugal“.

Curioso é o facto de agora, em todas as intervenções, Ventura trazer à colação, Rui Rio e o PSD, como se, de repente e após a aliança insular, Rio se tornasse a isotopia ou imagem obsidiante de Ventura. Quase parece uma tourada. Só que ainda não se consegue adivinhar quem é quem nesta metafórica coreografia de simbólica arena. Ora incitam, ora fogem, ora se alheiam, ora arremetem.

As últimas sondagens feitas pela TSF / JN, a 30 de Novembro não são favoráveis ao PSD com 23,9% por oposição aos 37,2% do PS.
O BE com 7,9% tem o Chega às canelas com 7,5%. Seguem-se o PAN com 6,5%, a CDU com 5,8%, a IL com 2,2% e o CDS – em perigosa via de desaparecimento – com 1%.

Rui Rio precisa, neste cenário ou num semelhante, dos votos do Chega, da IL e do CDS = 34,6% e de muita fé num catastrófico desaire de Costa e num possível milagre de Fátima.

Em derradeira instância, com o BE a boiar na meia praia, uma aliança com o PAN e a CDU dariam ao PS 50,5%, ou seja, uma maioria absoluta.

50,5 versus 34,6%, dá uma diferença percentual de 15,9%… ainda é muita “fruta”!

Porém, estamos no final do “annus horribilis” de 2020. O próximo ano trar-nos -á a 24 de Janeiro as eleições presidenciais, em Outubro as autárquicas, só no final de 2023 as legislativas.

Muita água há ainda para correr… Mas não esqueçamos que Ventura joga forte como candidato presidencial e jurou a pés juntos, ameaçando veementemente que se tiver menos votos que Ana Gomes se demitirá de imediato. de líder do partido.

 

(Foto DR)

 

 

 

 

 

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