O ministro da Economia deu uma conferência de imprensa conjunta com o secretário de Estado do Turismo e com o inspector-geral da ASAE para dizer aos portugueses que irão ser intensificadas as investigações e acções no mercado dos bens alimentares.
Mais referiu que a taxa de inflação geral está nos 8% e no sector alimentar situa-se nos 21%, quase 3 vezes mais…
Todos os portugueses têm sentido na carteira a obscena subida dos preços do cabaz alimentar, num sector onde, a pretexto da pandemia, da guerra na Ucrânia, da falta de chuva, do excesso de chuva, da subida dos preços da energia, dos fertilizantes, das matérias prima, etc., a escalada tem sido galopante num campo onde a responsabilidade social parecer ser zero, exclusivamente orientada para os estratosféricos lucros alcançados à custa da miséria alheia.
O governo parece ter enfim acordado e sai à liça para defender os consumidores através da intensificação das acções da ASAE, monitorização dos preços e inflexibilidade com situações anómalas detectadas, diálogo com os operadores, convocação da PARCA, Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar, dotando a ASAE de mais meios, nomeadamente informáticos, encarregando a ASAE e Autoridade da Concorrência de um trabalho conjunto para defesa dos direitos dos consumidores, etc.
Entretanto, todos gostaríamos de ver, para além das bem-intencionadas palavras, os resultados dessa prometida mega acção de fiscalização, a sua publicitação mediática, a implementação de coimas de valores suficientemente altos para dissuadir a agiotagem, a agilização da Autoridade Tributária, a taxação imediata dos lucros excessivos, prometida pelo governo desde novembro, o procedimento judicial rápido contra os prevaricadores e a implementação de mais sanções acessórias.
Enquanto isso não suceder, o português vai continuar a emagrecer, sem ir ao ginásio, apenas porque já não tem dinheiro para ir ao supermercado.
(Foto DR)