Santa Comba Dão e os tablets da desgraça

Se a esta humilde voz fosse ouvida, ousaria rogar ao Conselho Superior de Magistratura que pusesse este magistrado ou estes magistrados a julgar Ricardo Salgado e demais banqueiros...

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  • 21:26 | Terça-feira, 10 de Março de 2020
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Dois dos três ex-autarcas de Santa Comba Dão foram julgados e condenados a 3 anos de pena suspensa e ao pagamento de 5 mil euros, o outro tendo sido condenado a 3 anos e 3 meses de igual pena e 2.600 euros de pagamento.

Provou-se que tinham ficado com o telemóvel e tablet que usavam de serviço os quais, quando a função terminou, deveriam ter sido devolvidos à autarquia a que pertenciam. Desse modo, os novos autarcas escusavam de ter gasto dinheiro na aquisição de novos equipamentos. O que seria lauta poupança para as depauperadas finanças municipais que Leonel Gouveia encontrou.

Estimamos que cada equipamento, conjunto de telemóvel e tablet, por muito bom que fosse e sendo usado, valeria para aí mil euros (valor estimativo à parte). E eu não daria por eles tal montante…


Entendemos que quem julgou quis criar jurisprudência e, mais do que isso, quis ser modelar na sentença para, pelo exemplo, ser profilacticamente pedagógico e prevenir futuros casos análogos. Louva-se a medida.

Se a esta humilde voz fosse ouvida, ousaria rogar ao CSM (Conselho Superior de Magistratura) que pusesse este magistrado ou estes magistrados a julgar Ricardo Salgado e demais banqueiros, além, claro está de todos os ex-administradores da CGD e etc. A reboque também podiam juntar-se-lhes alguns ex-ministros e actuais dirigentes desportivos.

Com os milhares de milhões de euros de “prejuízos” causados à economia portuguesa e a todos os portugueses que tiveram que suportar indirecta e colateralmente o desaforo e regabofe, por regra de três simples, alguns dos visados iriam ser condenados a centenas de anos de prisão e a biliões de euros de indemnização.

O que, ainda assim, sempre seria mais brando que o destino de Jiang Xiyun, o banqueiro chinês ex-presidente do Hengfgeng Bank que desviou 99 milhões de euros e foi condenado à morte.

Nem tanto ao mar nem tanto à terra, pois no meio estará a virtude…

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