Tudo começou nas últimas eleições para o governo regional dos Açores, em finais de Outubro passado e quando o PS perdeu a maioria ao baixar de 30 para 25, de um total de 57 lugares a ocupar.
O PSD elegeu 21 deputados. O CDS 4. O Chega, o BE, o PPM com 2 cada um e o PAN e a IL com 1 cada.
Estava aberta a caixa de Pandora.
Os partidos à direita do PS perceberam que podiam magicar uma geringonça ao contrário e, vai daí, toca a negociar para chegar a acordos.
Hoje soube-se que o PSD se teria aliado ao Chega para chegar a esse objectivo. Será possível?
Soube-se também que o PAN, que entreveria essa união, recusou estar num “arco” que integrasse o Chega, no dizer do seu representante, por não aceitar estar coligado com um partido “que desrespeita a Constituição.”
Ao não resistir a essa tentação desacreditou-se e mostrou uma insensatez e falta de lucidez imperdoável.
Mais, abriu um precedente que não mais fechará: o de colocar o PSD de mãos dadas com o Chega, abrindo caminho para coligações em todo o país e dando a entender que, com este matrimónio de conveniência, não é o político fiável que o julgavam ser, mas sim um eventual “trauliteiro” ao nível de um Matteo Salvini, de uma Marine Le Pen, de um Geert Wilder, de um Norbert Hofer, de um Nigel Farage, de um Vlaams Belang , etc., etc., etc., ou seja, ao nível da pior extrema-direita europeia…