Rangel com sabor a fel

Rangel, alegando desconhecer o acordo firmado, di-lo ruinoso para Portugal.

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  • 14:07 | Domingo, 23 de Outubro de 2022
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Ciclicamente, o eurodeputado Paulo Rangel emerge da sua mui doirada sinecura bruxelense para fazer de contas, ou melhor, para justificar com anchos arroubos de peito a dádiva que o PSD lhe concedeu.

Nestas aparições, no seu jeitinho amaciado e na sua costumeira e teatral histeria, adejando muito com as mãozinhas, lá profere, tumultuoso, dois ou três chavões impressivos, bombásticos – daqueles que a CS tanto gosta – em torno dos quais, a seguir, acrescenta débeis considerações acessórias e pouco sustentáveis.

Esta derradeira aparição surge na sequência do acordo conseguido pelo governo português com a Espanha e a França para viabilização/construção do gasoduto que passará a ligar os três países.

Rangel, alegando desconhecer o acordo firmado, di-lo ruinoso para Portugal.


Ignorando se ele até já foi assinado, exige que lho mostrem para, ao ver, poder crer.

Pretende conhecê-lo na íntegra, ou seja, desconhece-o total ou parcialmente, não lhe poupando, atrevidote, contundentes críticas.

Rangel precisa de dizer que existe e, assaz frequentemente, recorre a estratagemas que, por mais de uma vez, tenderam a denegrir e deslustrar a imagem de Portugal lá no Olimpo onde etéreo e flébil vagueia.

Age um pouco à laia da rapaziada da extrema-direita que lança uns gritos histriónicos, de quando em vez, para ser notada.

Rangel, no seu delicodoce jeitinho deveria ter o lúcido assomo de bom-senso de não criticar o que diz ignorar e de não usar do “bota-abaixismo” pouco fundado para (tentar) crescer uns poucos e ilusórios milímetros.

 

 

(Foto DR)

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Publicado em Editorial