“Quanto mais conheço os homens mais gosto de cães”
O cabeçalho do “órgão-quase-caixa-de-eco” camarário de hoje, trazia esta assertiva notícia: Polícia Municipal será “inflexível” com donos de cães A Polícia Municipal de Viseu não vai ‘perdoar’ aos proprietários que passeiem os seus cães na via pública sem trela ou que, caso seja obrigatório, não estejam a usar açaime. No final da […]
O cabeçalho do “órgão-quase-caixa-de-eco” camarário de hoje, trazia esta assertiva notícia:
Polícia Municipal será “inflexível” com donos de cães
A Polícia Municipal de Viseu não vai ‘perdoar’ aos proprietários que passeiem os seus cães na via pública sem trela ou que, caso seja obrigatório, não estejam a usar açaime. No final da reunião do executivo, o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, revelou aos jornalistas que deu instruções à Polícia Municipal para ser “inflexível”, mesmo no caso dos proprietários que não apanham os dejectos dos seus animais.
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Já há muito tínhamos constatado as atitudes canideofóbicas de Almeida Henriques. Quem não se recorda do seu noticiado chorudo contributo para o canil/gatil intermunicipal do Sátão, onde os animais se “finavam” ao fim de x dias e eram incinerados num forno aí existente?
Ler aqui:
Depois, esquecendo-se da limpeza por essa localidade fora, com excepção dos locais de “parada”; não se lembrando das inúmeras situações detectadas numa cidade muito suja pelos humanos e pela indiligência dos serviços de limpeza, mandou semear as “palaquetas” da dog shit, que muito embelezaram a urbe.
Agora, provavelmente tendo descoberto que os PM’s andavam insuficientemente produtivos para a despesa que geravam, arranjou-lhes uma ocupação “inflexível”.
Estimado leitor amante dos animais de companhia – hoje dos cães, amanhã dos gatos e outros – comece a sair de casa com o “colete” e o “capacete”, pois a abrangência semântica do “inflexível” não foi definida…
Caros eleitores, em breve vamos ter sufrágio para as autárquicas. Todos aqueles que têm animais de estimação, na hora própria e decisiva, lembrem-se dos vossos “amigos”.
Mas aquilo mesmo que gostava de ver… eram certos políticos da nação com trela, para sabermos a quem pertence a mão que a segura. Aqueles políticos danosos, lesivos, geradores de buracos sem fundo na coisa pública, de administrações ruinosas de milhares de milhões, de inconfessados actos de duvidosa opacidade e fecunda ilegalidade… a esses sim, uma trela talvez os controlasse.
Quanto à Polícia Municipal, Almeida Henriques rebaixa-os e dá-lhes um provável estatuto de “caça-cães”. Devia ter mais respeito. Mas respeito parece não fazer rima com a atitude do ser/parecer deste autarca; com a sua sede de “agenda”; com o seu mediatismo bacoco, com a sua carência de holofote.
E já agora, a umas centenas de políticos rosnentos dessas praças por aí, ali e acolá… porque não “açaimá-los” também?
Quanto ao “perdão” que a PM não vai conceder, percebemos quanto a mundivivência de sacristia pode contaminar uma retórica: “pecado” e “perdão” lembram-lhe o quê, caro leitor?
Impolutas e imaculadas, tais vozes, ou contaminadoras de todas as linguagens pela sua apropriação indevida e uso abusivo? E também pelo léxico repressivo “bolsado”. Serão meras isotopias, ou imagens obsidiantes?
A autoridade de muitos indivíduos apura-se quando investidos de certas funções. Proibir é um dos seus vocábulos preferidos. Um léxico de “proibição” serviu de fundamento, argumento e pretexto aos mais atrozes actos que a História nos demonstrou, como incipiência e barbaridade de toda a arrogante autocracia.
Nota final:
Não tenho animais de estimação. Mas tenho saudades dos que tive e cada vez mais os aprecio, ao dar eco à vox populi: “Quanto mais conheço os homens mais gosto de cães”.